O feminismo, a luta das mulheres em suas variadas frentes e pautas, a luta da classe trabalhadora e da militância petista, de esquerda, progressista e revolucionária perde hoje uma das mulheres mais emblemáticas de exemplo de luta e força de vontade. Nalu Faria partiu hoje, vítima de uma parada cardíaca, depois de um longo período lutando, pois “da luta a gente nunca se cansa”.

Nalu foi uma daquelas mulheres que fizeram o bom combate, ensinaram o bom combate, acreditaram na construção da força das mulheres. Um trabalho longo, sem fim, muitas vezes com poucas possibilidades de bons prognósticos. Mas uma líder não desanima e não deixa as demais desanimar. Muitos anos antes do bordão “ninguém solta a mão de ninguém”, nos longínquos anos 1980 e 1990, a atuação da companheira já mostrava que estava neste mundo para somar, multiplicar e modificar.

Nalu foi psicóloga, atuou toda sua vida para mudar a vida das mulheres, conseguiu avançar em alguns vários momentos da história política e social de nosso país e até do mundo, até porque, seus sonhos eram para mudar todo planeta. Coordenadora da Sempreviva Organização Feminista, uma das primeiras organizações não-governamentais de São Paulo, nunca desistiu de nenhuma luta.

Ativista, militante do Partido dos Trabalhadores, construtora do feminismo petista, dirigente da Marcha Mundial das Mulheres, integrante do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo entre 2012 a 2020, autora de publicações variadas sobre muitos dos temas que fazem parte da luta das mulheres, incluindo todo debate sobre economia feminista, respeitada pelos movimentos sociais e admirada por muitas gerações de homens e mulheres que como ela acreditam num outro mundo.

Nalu Faria parte hoje e nos deixa não só seu legado de luta, resistência e persistência, mas muita saudade. Como ela, temos fé na força que só a organização da luta por justiça e direitos consegue modificar a vida de cada uma de nós. E por este motivo, eternamente, Nalu presente.

Neste momento de tristeza e pesar, a Fundação Perseu Abramo se dirige a seus filhos, Iuri, Júlia e Matias, para prestar solidariedade e render nossas homenagens à mãe lutadora que ela também foi.

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