Começamos o ano de 2023 com uma grande mudança no Brasil: a saída do governo do ódio e de mortes de Bolsonaro, o início do governo de esperança e de vida de Lula, em seu terceiro mandato como presidente. E sabemos também, desde os primeiros dias, que as disputas serão grandes. Tanto dentro do que hoje faz parte do governo quanto as disputas com a extrema direita golpista e fascista. Entendemos que as chances de vitória e conquistas nessas batalhas serão dadas na medida em que conseguirmos mobilizar mais e mais pessoas para estarem presentes nos espaços públicos, nas ruas. É disso que trata a edição de janeiro e fevereiro da Revista Reconexão Periferias.

Em artigo, Elton Jhony Silva de Carvalho e Gabriel da Conceição Mendes, militantes do Levante Popular da Juventude em Roraima, analisam os últimos 4 anos de luta do movimento, composto na região por jovens indígenas e não indígenas. Registram a importância de terem somado na luta pelo Fora Garimpo e Fora Bolsonaro e afirmam que a esperança com o novo governo seja concretizada na retirada dos garimpeiros de terras indígenas demarcadas, na preservação do meio ambiente e cultura local e para que a juventude organizada seja protagonista nesse novo tempo.

O entrevistado do mês é Raull Santiago, jovem liderança do Complexo do Alemão (RJ). Com forte presença nas redes sociais, o influenciador digital e fundador de coletivos como A Brecha ganhou mais notoriedade ainda no ano passado, quando, ao lado de Lula numa atividade de campanha no Rio, vestindo um boné com a sigla CPX, foi acusado nas redes bolsonaristas de ser traficante. Raull sonha com a formação e criação de novos espaços de poder para lideranças vindas das periferias. Na entrevista, afirma, entre demais pontos de vista, que “se hoje o Lula me perguntar ‘o que é que eu tenho que fazer para solucionar as crises que existem no Brasil?’, eu diria, cara, olha para a periferia, ouve a periferia’”.

A seção Perfil apresenta a Associação Carnavalesca Swing do Pelô, capitaneada pelo mestre Ivan e sua filha Vanna. Nascido no Pelourinho, em 1988, o coletivo se destaca pelo protagonismo de formar percussionistas ao longo dos anos em atividades educativas que envolvem meninos e meninas, além de apresentações no Carnaval.

Acreditamos que ocupar as ruas com mobilização popular e com alegria devem ser mais do que realizar eventos pontuais ou espontâneos. Devem ser a estratégia principal para fazer as esperanças das periferias com o novo governo virarem realidade. Esperamos que o conteúdo dessa edição da Revista Reconexão Periferias contribua para, coletivamente e de forma organizada, construirmos essa tática rumo a conquistas tão urgentes ao nosso povo brasileiro.

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