A Revista Reconexão Periferias desse mês foi escrita entre os dois turnos das eleições presidenciais de 2022 no Brasil. Em um momento, portanto, de forte disputa de rumos de projetos de país, do futuro que queremos construir. Mas não é só o futuro que está em disputa. A narrativa sobre o passado, sobre nossa história coletiva, também é alvo desse conflito. Por isso, no mês em que se completam 30 anos do Massacre do Carandiru, trazemos esse tema para debate, na entrevista com Viviane Balbuglio, advogada que participa da construção da Frente Estadual pelo Desencarceramento de São Paulo e da Associação Amparar.

Como forma de denúncia e proposta de reflexão sobre a violência política que estamos vivenciando no presente, trazemos a reportagem de Isaías Dalle, que afirma que tal violência “é um dos resultados mais chocantes do processo eleitoral de 2022.

Nas periferias, a violência também atinge as organizações e coletivos que atuam por melhores condições de vida de seus moradores e moradoras, muitas vezes sob a forma de enfrentamento com grupos privados armados. É o que mostram os dados do mapeamento do Reconexão, e é o tema de reflexão do artigo de Victoria Lustosa Braga, Sofia Toledo e Ruan Bernardo, pesquisadoras e estagiário do Projeto Reconexão Periferias.

O perfil de coletivo mapeado desta edição é da Associação Educativo-Cultural Tarcília Evangelista de Andrade (AEC-TEA), de Capim Grosso (BA). Surgida em 1999 como iniciativa de um grupo de jovens voluntários, profissionais e estudantes, aposta em educação e cultura para formar jovens lideranças periféricas, e, desde sua fundação, vem construindo um movimento de artistas e educadores.

Na seção “Quando novas personagens entram em cena”, apresentamos Vinícius Castello, vereador de Olinda (PE) pelo PT. Na entrevista, ele conta um pouco de sua trajetória na militância e fala também sobre seu mandato, que atua prioritariamente com políticas públicas antirracistas, de combate à fome e às desigualdades.

 

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