Transformação digital com inclusão social foi o tema da série Diálogos pelo Brasil na quinta-feira, 28 de julho, com participação de Virgílio Augusto Fernandes Almeida, Renata Mielli, Sérgio Amadeu, Osório Coelho Guimarães Neto e mediação de Nelson Fujimoto.

O coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo Nelson Fujimoto abriu o debate apontando alguns temas essenciais: a inclusão digital plena, que não envolve apenas acesso à internet mas também educação e letramento digital; o governo eletrônico, que poderia possibilitar discutir o orçamento com a população; o desenvolvimento industrial da área e o desenvolvimento tecnológico; a soberania digital; e, por fim, a geração de emprego e renda.

Algumas ideias do que deveria ser a transformação digital com inclusão no Brasil foram apresentadas pelo professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais Virgílio Augusto Fernandes. Segundo ele, é necessário antes de tudo, determinar o foco do projeto: acelerar a transformação com a meta de reduzir reduzir pobreza, apoiar o crescimento econômico sustentável e inclusivo e manter a resiliência diante das ameaças de segurança cibernética. “O desenvolvimento digital não deve levar para esse mundo digital as desigualdades do mundo físico”, afirmou.

O administrador Osório Coelho Guimarães Neto afirmou ter uma visão holística da Ciência e Tecnologia. Disse que a aproximação entre empresas e ICTs é essencial, especialmente dos setores chaves para o crescimento, emprego e a renda. “O setor de TIC no mundo é o paradigma para a soberania digital dos países, disse. Se pensarmos nesse tipo de soberania, o setor deve ser pensado como o drive da quarta revolução industrial”, disse.

Para a jornalista Renata Mielli, do coletivo Barão de Itararé, afirmou que qualquer política a ser adotada no país exige que seja enfrentada a extrema desigualdade digital que vivemos. “Quando olhamos a realidade no Brasil, percebemos acesso se dá majoritariamente pelo celular, o que implica questões fundamentais. “As formas como as pessoas se relacionam com os conteúdos digitais são diferentes no celular e no computador. Este último permite, por exemplo, uma imersão em iniciativas voltadas para a educação”, pontuou.

De acordo com o professor da UFABC Sérgio Amadeu o cenário que tem estudado do governo federal, com análises do orçamento, apontam uma situação muito dramática. Não há metas claras, são praticamente uma cópia de projetos e propostas que estão rodando no mundo, sem análises das realidades dos países. “O fluxo de dados que se retira do Brasil não é apenas um problema de privacidade, e sim um problema econômico para o Brasil”, afirmou.

Assista ao debate completo.

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