Na segunda-feira, 11 de julho, a série de debates Diálogos pelo Brasil teve a questão racial como tema central: direitos da população negra, a reconstrução das políticas de igualdade racial e o combate ao racismo. A série pode ser assistida pela página da plataforma programajuntospelobrasil.com.br

Participaram do debate Talíria Petrone, Olívia Santana, Valneide Nascimento e Martvs das Chagas, com mediação de Nilma Lino Gomes, que defendeu a necessidade da luta contra o racismo para avançar e também apresentou as diretrizes do Juntos pelo Brasil no combate ao racismo, pobreza e desigualdades.

Na diretriz consta que “é imprescindível a implementação de um amplo conjunto de políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural, indissociáveis do enfrentamento da pobreza, da fome e das desigualdades, que garantam ações afirmativas para a população negra e o seu desenvolvimento integral nas mais diversas áreas. Construiremos políticas que combatam e revertam a política atual de genocídio e a perseguição à juventude negra, com o superencarceramento, e que combatam a violência policial contra as mulheres negras, contra a juventude negra e contra os povos e comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiro”.

Olívia Santana é deputada estadual do PCdoB na Bahia e acredita que estamos no momento de reconstruir a luta contra o racismo, “com perspectivas de se fortalecer com a vitória de Lula nas eleições. Ao pensarmos uma agenda de enfrentamento ao racismo, antes disso, precisamos vencer as eleições, que são estratégicas para uma nova agenda florescer no Brasil”.

Santana ainda defendeu a formação de bancadas favoráveis às agendas de combate ao racismo, eleição de negros e negras para alteração da correlação de forças nos legislativos e maior influência e presença negra na formação do programa de governo e a garantia da vida das pessoas negras, e insistiu na formação de políticas para combater a fome e a miséria entre as mulheres negras. “Queremos celebrar a vitória das mulheres no Brasil, com avanço das pretas na Câmara e no Senado, que o país possa servir de exemplo”, falou.

Talíria Petrone é deputada federal pelo Psol de Niterói (RJ) e tem preocupação com o futuro da nação. “Temos que honrar quem nos abriu os caminhos e acertar o diagnóstico para que ninguém seja esquecido. O fascismo agudiza desigualdades estruturais, temos que retomar a Fundação Palmares e criar orçamento para políticas públicas”, disse.

Petrone relembrou que ainda não superamos as mazelas da escravidão e por isso precisamos de políticas específicas, “que tratem do direito à vida de negros e negras, mas a perspectiva antirracista tem que estar nas diversas agendas, temos que ser criativos na busca de saídas num cenário de milhões de famintos”, alertou a deputada, que espera que a reconstrução do país se dê pela lógica antirracista e com enfrentamento à política de encarceramento.

Valneide Nascimento, da executiva do PSB, acredita que “vamos caminhar para frente, porque Lula traz a esperança para nós, com um programa que vai lutar pelo empoderamento de negras e negros. Nosso maior desafio é unir forças e ocupar as ruas, porque precisamos vencer o bolsonarismo no primeiro turno”.

“O que ocorre hoje no Brasil é a opção entre a civilização ou a barbárie. Que tipo de sociedade queremos ter?”, o questionamento é de Martvs Chagas, da secretaria de Combate ao Racismo do PT, que também explicou que a democracia formal ainda não engloba a população negra, “mas permite que a gente exponha nossas ideias e por ela vamos continuar lutando”.

Martvs fez análise da conjuntura e as dificuldades postas: “a eleição não está ganha e devemos lutar pela democracia formal até atingir a democracia de fato ampla”. As mazelas produzidas pela sociedade que vivemos, para o dirigente, nos obrigam a continuar lutando, antes, durante e após a eleição. E defendeu que devemos “usar a eleição com fins educativos e com duas ideias força: a defesa da vida da população negra com dignidade e a inserção econômica da população negra com qualidade”.

Renda básica permanente e políticas públicas transversais, integração entre os ministérios, participação política de negros e negras, políticas públicas para autonomia econômica das mulheres negras, creches acessíveis, racismo ambiental, programa de renda básica e combate ao racismo e genocídio da população negra fizeram parte do Diálogos pelo Brasil. Assista a íntegra aqui.

A plataforma Juntos Pelo Brasil, criada para apresentar, debater e permitir a participação popular na construção do plano de governo da chapa Lula-Alckmin iniciou a série “Diálogos pelo Brasil”, espaço para envolver personalidades, especialistas e entidades nacionais para avançar no processo de construção programática. Acesse: https://www.programajuntospelobrasil….

Diálogos pelo Brasil debate a dimensão estruturante do racismo no país