Nesta sexta-feira, 1º de julho, a quarta mesa do Diálogos pelo Brasil discutiu as propostas para o programa de governo vindas da região Amazônica. Com mediação da professora Raimunda Monteira, da Ufopa, Adriana Ramos, João Capiberibe e Edmilson Rodrigues falaram quais pontos são centrais para pensar o desenvolvimento dos povos e comunidades, economia amazônica, sustentabilidade e tecnologia e metas a serem alcançadas. A série pode ser assistida pela página da plataforma programajuntospelobrasil.com.br

O ex governador do Amapá, João Capiberibe, representando o PSB, iniciou o debate sintetizando suas propostas a partir da economia da Amazônia. Para ele, a Embrapa, criada em 1973, se tivesse sido voltada para a biodiversidade, Bioembrapa, teria gerado fomento e desenvolvimento regional.

“Precisamos mudar os pilares da economia brasileira. Desde a morte de Chico Mendes, começamos a formatar uma economia que pudesse dar respostas aos dramas socias que vivemos”, comentou.

“Temos uma infinidade de óleos que poderiam ser colocados no mercado, o caso do açaí é patético. Levado para os Estados Unidos, eles criaram vários sub-produtos a partir do açaí. Não nos ensinaram a conhecer a floresta e transformar a biodiversidade em riqueza e agora o açaí nos mostra isso. O produto gera 18 bilhões de dólares no comércio mundial”, exemplificou Capiberibe.

O ex-governador pratica a economia amazônica produzindo vinho de açaí. “A indústria vinícola da Amazônia vai explodir. A Embrapa deveria estar fazendo isso, mas até hoje não fez os estudos sobre fermentação. Temos condição de produção enorme, com uma variedade de sabores”, mostrando uma opção possível.

Um outro desenvolvimento local

Como proposta a ser incluída no programa, Capiberibe sugeriu unificar os órgãos federais com os estaduais, financiar as vinícolas, apoiar os produtores de cosméticos, e união com as universidades para fomentar a economia amazônica.

Adriana Ramos, representando a Rede, relembrou vários exemplos de ações que já foram realizadas e como retomar a partir de visões “de uma economia principalmente ligada à experiência dos povos e comunidades da Amazônia. A diversidade de produtos em relação ao que o mercado absorve precisa ser revista. São múltiplos produtos”.

A sinalização imediata que não vai haver conivência com a ilegalidades praticadas na demarcação de terras indígenas, de quilombos, ou que lute por modalidades de assentamento para uso sustentável da floresta. Como demos muitos passos para trás no último período, Adriana acredita que serão necessárias ações que retomem pactos e decisões que foram descartadas pelo atual governo. “Precisamos de medidas em favor dos povos, o que vimos nos últimos anos foi uma irresponsabilidade absurda que temos que coibir imediatamente”, falou.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, apresentou sua visão sobre o período dos governos Lula e que durante o lançamento da candidatura Lula-Alckmin ouviu “um Lula com uma consciência nova e revolucionada, sempre sensível às causas sociais. Investir em políticas aos que mais precisam, num país desigual como o nosso, só é possível com a liderança e conhecimento que Lula tem para combater as desigualdades e determinação política de mudar”, disse.

Edmilson defendeu que o tema da Amazônia seja central nas propostas de governo e segundo ele, “coisas poderosas podem ser realizadas. A Ufopa, por exemplo, é considerada uma das maiores universidades do país e nossa diversidade é de uma riqueza a ser descoberta. Temos muitas comunidades indígenas, quilombos, muitas formas de se relacionar com a natureza. Há que se considerar a grande heterogeneidade da Amazônia”, explicou citando os ensinamentos de Aziz Ab’Saber sobre o potencial da região.

“Nosso candidato, aliado com os partidos da coligação, vai dar passos concretos para dar visibilidade à Amazônia”, falou Edmilson, defendendo também que o momento é de ouvir os grandes pensadores, os líderes das florestas e dos movimentos urbanos. Não podemos aceitar a devastação e desmatamento, vendo ela ser dizimada ano a ano”, disse o prefeito.

Diálogos pelo Brasil

A plataforma Juntos Pelo Brasil, criada para apresentar, debater e permitir a participação popular na construção do plano de governo da chapa Lula-Alckmin iniciou a série “Diálogos pelo Brasil”, espaço para envolver personalidades, especialistas e entidades nacionais para avançar no processo de construção programática.

A plataforma Juntos Pelo Brasil, criada para apresentar, debater e permitir a participação popular na construção do plano de governo da chapa Lula-Alckmin iniciou a série “Diálogos pelo Brasil”, espaço para envolver personalidades, especialistas e entidades nacionais para avançar no processo de construção programática. Para contribuir e acompanhar os debates, visite e participe https://www.programajuntospelobrasil.com.br/#

Diálogos pelo Brasil: futuro do país está na região amazônica