Para debater como chegamos a situação que estamos hoje, com uma polícia violenta e que mata constantemente, Pauta Brasil desta segunda-feira, 30 de maio, recebeu Juliana Ribeiro, Pedro Paulo Chaves Mattos e Maria Nysa Moreira Nanni, com mediação de Paulo Ramos, coordenador do Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo.

Juliana Ribeiro, delegada de polícia do estado de São Paulo há 10 anos, tesoureira do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, vice presidente regional da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil. Ela fez um apanhado histórico das estruturas policiais e defendeu que as pautas populares devem demandar ação do aparato policial. Como exemplo, ela contou que houve apenas 60 inquéritos na delegacia que combate o racismo em São Paulo e que não representa o tamanho deste problema.

“Precisamos ocupar as estruturas e aproveitar os espaços, inclusive os partidários, mas também trazer policiais para gerar fluxo de ideias e abrir caminho de diálogos”, defendeu e também apresentou as atividades do setorial do PT que discute segurança pública.

Pedro Paulo Chaves Mattos é professor de História, policial civil há 10 anos, atual coordenador estadual do Movimento de Policiais do Rio Grande do Norte, membro do Conselho Nacional de Policiais Antifascismo, foi um dos redatores do Programa de Segurança Pública do PT para 2022 e coordenador de comunicação do Setorial de Segurança Nacional do PT.

Pedro avalia que é necessário a formação de quadros e explicou as dificuldades neste caminho, “a direita raiz, oligárquica, faz com que a polícia, mesmo em governos nossos, seja muito similar às demais, precisamos dominar o tema”, falou. A provocação proposta de Pedro pretende “ouvir as instituições e ter quadros progressistas em todos os ambientes. Quem entende de segurança pública somos nós. Não podemos virar as costas para esse assunto nem para o policial trabalhador”.

Maria Nysa Moreira Nanni, delegada da Polícia Civil do Paraná desde 2008. Atua no Nucria Paranaguá desde dezembro de 2014. Já foi delegada chefe da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher em Guarapuava e Campo Mourão. Atuou no Conselho Permanente de Direitos Humanos do Estado do Paraná, entre 2018 e 2021, graduada em Direito, especialista em Direito.

Policial e de esquerda, Nysa falou sobre construção de pontes, desrespeito aos direitos humanos e quanto isso acaba “ofuscando o trabalho sério de muitos trabalhadores policiais”. Segundo Nysa, a grande maioria dos policiais não é violenta. Mas defendeu que é fundamental que o debate sobre segurança cresça na esquerda, que a militância encare os policiais como trabalhadores e que é preciso fazer com que as forças de segurança sirvam de fato à população.

A instrumentalização das polícias para a repressão, construção de outra política de segurança pública e a luta por formação diferenciada assim como melhores condições de trabalho para policiais civis ou militares também foram discutidos no programa. Assista a íntegra do Pauta Brasil desta segunda feira aqui

Pauta Brasil recebe especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates são realizados nas segundas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

 

Pauta Brasil debate segurança pública e propostas para o futuro