Toda a força simbólica e as marcas e registros históricos trazidos pela data 1º de maio ganha uma dimensão ainda maior neste ano de 2022.

A classe trabalhadora e suas organizações sindicais têm sentido os impactos de um tempo de retrocessos, de perda de direitos, de restrição das políticas públicas, dos riscos à sua subsistência, individual e coletivamente, implantados no país de forma avassaladora  desde o golpe de 2016, das reformas trabalhista e na previdência pública, com ascensão de um governo federal assumidamente contra nossa gente e submisso a uma agenda ultraneoliberal descomprometida com as bases republicanas e democráticas conquistadas no Brasil, sobretudo desde o marco constituinte de 1988.

Importa registrar a força dessa data, pois é em torno dela que se unificam as organizações dos trabalhadores e das trabalhadoras em manifestações públicas e populares, com uma agenda de reivindicações, de conquistas e de denúncia dos problemas que exigem superação.

Este 1º de maio de 2022 tem uma especial possibilidade: a transformação dessa realidade de fome, de pobreza, de perdas de direitos e de perspectivas de retomada do combate às desigualdades estruturantes e resilientes em nosso país com as eleições de outubro.

O quadro de contratações precarizadas e de baixos salários, de crescimento da informalidade, da alta taxa de rotatividade, do avanço na subutilização do tempo de quem trabalha, do desemprego de longa duração, do preocupante contingente populacional fora da força de trabalho por desistência, por desalento por falta de acesso ao mercado de trabalho e de desrespeito às organizações sindicais pode ser revertido.

É urgente e necessário que se avance rumo a uma trajetória de respeito às pessoas que trabalham, todas elas, para ampliar a proteção indiscriminadamente. Que se combata as cruéis desigualdades ainda mais incidentes a mulheres e homens, negras e negros, às trabalhadoras domésticas, às pessoas mais pobres, moradoras das periferias e subúrbios, de famílias em regime de economia familiar.

Precisamos reverter a devastação dos direitos, o desemprego e o empobrecimento como os únicos horizontes de nossa época e reafirmar a centralidade do trabalho, priorizar um modelo de desenvolvimento capaz de incorporar os mais de 30 milhões que estão em busca de trabalho, com distribuição de renda e proteção social.

Defendemos um Estado que efetivamente assegure trabalho, renda e por um estatuto que integre toda a classe trabalhadora em direitos e garantias, independentemente na natureza dos serviços prestados e que não deixe ninguém à mercê da força bruta do capital

Enfrentar as formas históricas de exclusão social e discriminação contra as mulheres e pessoas negras. Em síntese, precisamos reverter a atual tendência de precarização estrutural do trabalho e a construção de uma nova utopia. Não é tarefa fácil, mas há resistência, consciência e reconhecimento na capacidade e potencial do povo brasileiro ser feliz de novo!

O Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas do Trabalho (Napp Trabalho) saúda a cada trabalhadora e trabalhador do Brasil.

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