Periferias em luta por terra e moradia na revista de abril
No mês de abril, especificamente no dia 17 deste mês, em 1996, o Brasil foi cenário de um dos mais covardes e brutais massacres já realizados, em Eldorado do Carajás (PA). A Polícia Militar invadiu um acampamento com mais de 1500 famílias e, em posse de fuzis e metralhadoras, atirou contra todos e todas. Foram 21 pessoas sem-terra assassinadas nesta ação. Mas se o objetivo era intimidar e acabar com o movimento, não conseguiram. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), segue sendo um dos mais significativos do país e fez da data um marco de luta, realizando, ano após ano, o “Abril Vermelho”, sua jornada de lutas anual que não deixa o caso ser esquecido e reivindica por uma reforma agrária.
Por conseguinte, movimentos do campo e da cidade se unem neste mês pelo direito de todos e todas de terem um lugar para viver e morar. Em sintonia com essa agenda, a Revista Reconexão Periferias de abril abre suas páginas para dar visibilidade a essa pauta, com a convicção de que a concretização de uma Reforma Agrária no Brasil é urgente, uma vez que ter direito a terra e moradia são pontos inegociáveis para a construção de uma sociedade menos desigual e com justiça social.
Apresentando a realidade da Comunidade do Jatuarana (Manaus, AM), militantes e ativistas deste território assinam um artigo sobre a construção da organização popular e da luta como estratégias para superar a invisibilidade do projeto capitalista nas margens do Rio Amazonas.
Na entrevista do mês, temos Ruth Venceremos, drag queen negra que despertou para a política e assumiu publicamente sua sexualidade ao longo de sua militância no MST, onde chegou com a mãe e 11 irmãos após a primeira infância de escassez e de fome.
O perfil do coletivo apresentado nesta edição é do Movimento Popular por Moradia (MPM), que luta por condições dignas de habitação e uma vida sustentável na região metropolitana de Curitiba (PR).
Na seção “Quando novas personagens entram em cena”, batemos um papo com Alexandre Xandó, mais jovem vereador da cidade de Vitória da Conquista (BA). Ele afirma que ser um vereador originário dos movimentos sociais é algo que tem modificado a dinâmica da política municipal e regional.