Conheça parte da obra de Perseu Abramo, que nos deixou há 26 anos
No domingo, 6 de março, completam-se 26 anos do falecimento de Perseu Abramo. Jornalista, sociólogo, professor e militante socialista, participou ativamente de muitas das lutas pela democracia e contra as ditaduras, tanto a do Estado Novo quanto a que foi instaurada pelo Golpe de 1964, e as diversas formas de desigualdade na sociedade brasileira, entre as quais a luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita nos anos 1970. Envolveu-se profundamente na fundação e construção do Partido dos Trabalhadores, ocupando diversas funções organizativas e de direção.
Perseu Abramo nasceu na cidade de São Paulo em 17 de julho de 1929. Iniciou sua atividade como jornalista em 1946 e trabalhou em “O Estado de S. Paulo” e na “Folha de S. Paulo”, nos jornais da imprensa independente Movimento, Em Tempo e no Jornal do Trabalhadores do PT, assim como em diversos órgãos de rádio e TV. Lecionou sociologia na Universidade de Brasília (1962-1964) e na Universidade Federal da Bahia (1965-1969) e jornalismo na FAAP no início dos anos 1970 e na PUC-SP na década de 1990. Foi dirigente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e uma das lideranças da greve dos jornalistas de 1979, da Federação Nacional dos Jornalistas e fundador da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo. Em todas essas dimensões de sua atuação profissional e política desenvolveu pesquisas, reflexões e proposições que contribuíram para o conhecimento, a reflexão e as lutas políticas e sociais nas quais se engajava.
Parte das ideias de Perseu estão registradas nos livros Padrões de Manipulação na Grande Imprensa, Um trabalhador da Notícia: Textos de Perseu Abramo e em sua dissertação de mestrado Aspectos estruturais do trabalho na Bahia (o evento de lançamento do livro pode ser acessado aqui) todos publicados pela Fundação Perseu Abramo (clique nos títulos para acessar).
Nos primeiros meses de 1996, esboçava a proposta de uma instituição para formação, reflexão política e memória do Partido dos Trabalhadores, a pedido da direção nacional. Perseu trabalhou literalmente até os últimos dias de sua vida nesse projeto que se configurou na Fundação que ganhou o seu nome, como uma homenagem ao papel que teve no PT, ressaltado desse modo pelo Professor Marco Aurélio Garcia, historiador e também fundador do PT:
“Mais além da importância de termos um sociólogo, educador e jornalista de qualidade participando do cotidiano da condução partidária, a presença de Perseu no PT representou um elo entre o partido e as melhores tradições da esquerda brasileira e internacional, perdida na bruma que, em nossa sociedade, ofusca a memória histórica. (…) Na base desse verdadeiro pacto entre as gerações, que ele administrou cotidianamente, estava seu compromisso de resgatar no passado a história dos vencidos, não só para que ela viesse a ser conhecida no presente, mas para que servisse hoje igualmente de instrumento de libertação”. (publicado no livro “Um Trabalhador da Notícia”).
Luis Dulci, primeiro presidente da FPA, e que conviveu com Perseu na Executiva Nacional do PT desde os anos 1980, assim descreve, na recente edição de Aspectos estruturais do trabalho na Bahia esse companheiro que nos deixou há 26 anos: “ Valores éticos e sociais nunca foram para ele apenas teóricos, mas sempre encarnados, viscerais – inspirando, além da militância política, todas as dimensões da sua vida. Perseu acreditava sinceramente que devemos praticar desde já os princípios e valores da nova sociedade igualitária e fraterna pela qual combatemos. (…) O que o entusiasmava era o projeto coletivo, o trabalho de equipe, a causa comum. Não disputava espaços, somava esforços. Dava tanto valor e atenção aos militantes de base quanto aos dirigentes do partido. Ouso dizer que a sua opção socialista era, antes de mais nada, uma questão de caráter. Por isso mesmo, conservou intactas, durante a vida inteira, duas capacidades admiráveis: a de se indignar e a de se solidarizar”.
Confira abaixo uma pequena parte da produção de Perseu Abramo, hoje sob a guarda da FPA, além de links para acesso às fotografias de Perseu disponíveis no acervo da instituição.
Textos publicados na revista Teoria e Debate:
- Proibido ficar perplexo (05/06/1988)
- Virada Anti-Collor: Estilo não se põe à mesa (01/07/1990)
- Informação e poder: Quem não se comunica… (01/02/1993)
- A Sucessão – Riscos novos e velhos nos rumos de 94 (01/09/1993)
- Velhos partidos e novíssimos movimentos (01/03/1994)
- Vendedor (10/05/1999)
Textos do Perseu publicados no jornal Boletim Nacional do PT:
(Para acessar o conteúdo de cada edição, após clicar no link abaixo, basta clicar no na imagem de capa do jornal.)
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-15
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-20
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-21
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-28
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-29
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-30
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-31
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-32
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-33
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-34
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-35
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-36
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-39
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-41
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-42
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-47
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-50
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-58
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-60
https://acervo.fpabramo.org.br/index.php/boletim-nacional-do-pt-72
Fotografias:
Teoria e Debate #31 – Memória de Perseu Abramo (textos em homenagem a Perseu)
A orfandade partilhada (Bia Abramo, Helena Abramo, Laís Abramo, Mário Abramo e Marta Abramo)
Jovem jornalista (Alcione Abramo)
A serpente e o tigre (Zilah Abramo)
A pedagogia da ética (Olavo Avalone Filho)
Sem perder a ternura jamais (Fernando Pacheco Jordão)
O timoneiro da Anistia (Vânya Sant’anna)
A serenidade no PT (Luiz Inácio Lula da Silva)
Doce cidadão (Ricardo Kotscho)
A família ampliada (Aloizio Mercadante)
Até o último minuto (Luiz Weis)
Golpe em Brasília (Hélio Pontes)
O bom combate (João Ubaldo Ribeiro)
Razões para uma saudade (Gilberto Carvalho)
O professor (Solange Sant’ana)
Perseu Abramo por seus amigos (Redação da Teoria e Debate)