Revista traz perspectivas para 2022: um ano de disputas
O ano de 2022 já inicia com um forte debate público sobre as eleições presidenciais. Os principais nomes estão colocados, e o cenário começa a ser desenhado também nos estados, nas candidaturas para o governo e para as bancadas estaduais e federal. A edição janeiro/fevereiro da revista Reconexão Periferias faz um chamado à reflexão nesse momento, para pensar sobre o papel que as periferias brasileiras podem ter nessas disputas eleitorais, e, para além, nas disputas sociais estruturais e também nas cotidianas.
dando visibilidade ao que os territórios estão fazendo, trazemos o artigo de Adriana Margutti, mestra em ciências florestais, coordenadora do Coletivo Florestal Cagaita, que trata da importância do fortalecimento de organizações de base de povos e comunidades tradicionais para o efetivo combate às mudanças climáticas e redução das desigualdades sociais no Brasil.
A entrevista do mês é com a jovem advogada Sheila Carvalho, que vem se consolidando uma potente voz do movimento negro brasileiro. Após uma temporada de estudos e trabalhos na Organização das Naçoes Unidas (ONU), foi escolhida, em 2020, como a afrodescendente mais influente entre as que participaram com ela daquele período na organização. Aqui, milita na Coalizão Negra por Direitos, na Uneafro e no grupo de advogados Prerrogativas.
Na seção novos atores, conversamos com Laura Sito, primeira mulher negra eleita para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre em mais de 200 anos de história, servidora aprovada em concurso público, filha de trabalhadora doméstica solteira e mãe do Pedro. Laura afirma que, apesar de ser um “caminho duro”, é necessário ter mais pessoas na política institucional que queiram realmente mudar o estado das coisas e ser “protagonistas da história de nosso país.”
O coletivo mapeado que apresentamos é o “Bloco Afro Pretinhosidade”, que surgiu com o objetivo de ser efetivamente uma iniciativa preta, um espaço de referência da cidade de Curitiba. Hoje o projeto tem a participação de cerca de 40 pessoas e atua muito além do carnaval, com os objetivos de empoderamento, ensino, quebra de barreiras e estímulo a movimentações artísticas. Cláudia Maria Ferreria, uma das fundadoras do bloco, acredita que ele seja um coletivo de referência, ancestralidade e autonomia preta.
A consultora da área de violência do projeto Reconexão Periferias (FPA) Juliana Borges trata em artigo da questão da violência. Para ela, alguns temas são latentes e muitos outros são inevitáveis de serem enfrentados nesse campo: segurança pública, política criminal e relações raciais. No texto, ela trata do aumento de armas no país e da redução de homicídios.