Programa traz experiências de Castelo do Piauí (PI) e Santana do Itararé (PR)
O Pauta Brasil da série “Enfrentando a crise nos municípios” desta sexta-feira (22) recebeu o prefeito José Magno Soares da Silva, de Castelo do Piauí (PI), e o prefeito de Santana do Itararé (PR), José de Jesus Izac, para falar sobre os desafios da gestão municipal diante da crise socioeconômica, com mediação da ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Lula Márcia Lopes.
Castelo do Piauí tem 20 mil habitantes e fica a 190 quilômetros de Teresina. É um território de vegetação mista com predominância da caatinga. O prefeito José Magno Soares da Silva, reeleito em 2020, iniciou relembrando o tempo em que os governos trabalhavam com o social. E disse que hoje vivemos a ausência de atenção para as dificuldades da população.
“Nos governo Lula e Dilma, vários programas foram desenvolvidos para levar assistência às pessoas mais pobres e do campo, para garantir direitos. Foram tempos de transformação em que houve inclusão social, digital e com assistência a quem não tinha anteriormente oportunidade oferecer aos filhos educação e educação de qualidade”, disse.
Segundo ele, vários programas da assistência social foram desenvolvidos, auxiliando no cadastro de famílias que não tinham renda, incluídas no Bolsa Família, que passaram a ter uma qualidade de vida melhor. E crianças que trabalhavam para auxiliar os pais a levar comida pra casa puderam dedicar-se tempo integral à escola. “Foi uma oportunidade e tanto para famílias nordestinas”.
Como decorrência, ele afirmou que os municípios mantiveram contas em dia, prestando bom serviço aos usuários municipais, porque havia um governo federal preocupado com as pessoas. “Hoje Bolsonaro presta serviço voltado a pequeno grupo, e a classe pobre não alcança os recursos e benefícios. Ele apenas destroçou o que já existia e beneficiava as pessoas, deixando inúmeras famílias em situação difícil. Vivemos hoje uma gestão com pessoas que batem à porta atrás de comida”, lamentou.
Para José Magno, está cada vez mais difícil que a gestão municipal agregue e atenda toda a população com saúde, assistência, educação e manutenção do município, porque país perdeu capacidade de investimento. As necessidades voltaram a ser primárias, como por exemplo a alimentação e habitação. “O país tem de rever essa situação para que a população seja melhor compreendida e o país volte a ter estabilidade, Assim, os municípios terão uma garantia maior dos repasses necessários para melhorar os serviços públicos”.
Santana do Itararé (PR) é um município com 5,6 mil habitantes. Zé Izac foi prefeito em 2008 e novamente eleito em 2020. “Nunca antes vimos pessoas com luz cortada usando vela, o povo cozinhando na lenha, cozinhando com álcool devido ao custo para sobreviver. Bolsonaro está afundando o país, é absurdo como arrebentou a economia e as pessoas que mais precisam. Está difícil para todos governarem”, afirmou.
Entre os pontos altos de sua gestão municipal, destacou que faz análise de solo gratuita para atender produtores e fornecendo mudas, fortalece a agricultura familiar com cascalhamento das estradas rurais para facilitar o transporte. E também loteamentos inspirados na gestão do PT no governo federal. Além disso, fornece internet gratuita à população e distribuiu apostilas para atender crianças da educação integral. “São programas para aproximar a sociedade, dentro do pequeno orçamento municipal, devido à grande crise que acontece no país”.
Ele disse que o governo Lula injetava na construção civil para girar rápido a economia, e isso ajudou muito o Brasil. E destacou que Dilma levou energia ao Nordeste e melhorou as estradas, fato que contatou pessoalmente em uma viagem feita durante o governo petista. “Colocar dinheiro na ponta para rodar a economia, isso não tem mais”, criticou. Para ele, Bolsonaro quis colocar as classes altas acima do povo mas perdeu o controle. “Até consertar esse país não será rápido”.
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