A edição de agosto da Revista Reconexão Periferias trata do o acesso à educação e seu papel fundamental para superação da pobreza e desigualdade social, além da importância da presença das periferias na disputa democrática pelo poder para recolocar à sociedade uma proposta de projeto de país que contemple as necessidades e anseios dos sujeitos periféricos. Assim, propõe, refletir sobre o tema da educação, a partir de dois prismas específicos, mas que muito dizem sobre a sociedade que se deseja construir.

O artigo de Juliana Borges discute a educação e a negação de direitos nas prisões brasileiras. E em artigo de Hellen Virginia Alves, Maria Madalena Moreira e Tainá Trindade Pinheiro, é debatida  a volta às aulas das estudantes que são mães durante a pandemia e o total desamparo estatal com as políticas públicas de cuidados, educação e trabalho.

Para transformar essa realidade é necessário que o Estado brasileiro esteja a serviço de um outro projeto de sociedade, o que só ocorrerá se desde a disputa política do poder institucional, feita por meio das eleições, estiverem presentes na agenda e nos representantes as pautas das periferias, das mulheres, das pessoas em situação prisional, dos negros e negras.

E é buscando explorar essa questão que a revista apresentas o artigo de Beatriz Chaves, que trata das medidas de enfrentamento às desigualdades raciais e de gênero nas eleições. Ela afirma que estas medidas ainda se demonstram insuficientes para mitigar a predominância de homens brancos na política institucional, apesar de se mostrarem fundamentais para a mudança.

Como entrevistada do mês, Benedita da Silva, uma das parlamentares negras mais marcantes na política institucional brasileira pós-redemocratização,  fala da importância da presença de negros e negras no parlamento e no projeto de país que a esquerda quer construir.

O perfil retratado nessa edição é o do Coletivo da Terra, que trabalha com a formação de professores no Mato Grosso, com a perspectiva de valorização do conhecimento tradicional das comunidades quilombolas e indígenas presentes no território, apesar de estas viverem cercadas pelo modelo de produção do agronegócio. A proposta é promover a agricultura sustentável.

Se ainda falta um ano para a disputa eleitoral, a luta por essa construção política verdadeiramente democrática e inclusiva vem sendo buscada há muitos anos e segue sendo feita no hoje, aqui e agora. Esperamos que o conteúdo desta edição Revista seja mais um instrumento para fortalecer as periferias nessa disputa.

`