Nesta segunda-feira, dia 11 de outubro, o programa Pauta Brasil discutiu a conjuntura internacional e o trágico isolamento do país, desmoralizado mundo afora, denotando um grande fiasco e fracasso mundial na política externa.

Com mediação de Geraldo Magela, diretor de Cooperação Internacional da Fundação Perseu Abramo, Pauta Brasil receberá Celso Amorim, Cesar Calejon e Guilherme Casarões para que possam falar sobre o isolamento, a perda de liderança no mundo e suas consequências.

Cesar Calejon é jornalista, autor dos livros “A Ascensão do Bolsonarismo no Brasil do Século 21” e “Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia Covid-19 no Brasil”. Ele defendeu que a pandemia de Covid-19 aliada à “tragédia que é o governo Bolsonaro levou o Brasil a situação de hoje. Qualquer parâmetro da vida brasileira podemos dizer que vive uma tempestade perfeita”, falou.

Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, defendeu que é possível reverter o quadro atual. “Sou otimista, mas claro que alguma mácula irá ficar. Para recuperar a posição do Brasil é preciso ver a política como educação, no despertar da consciência crítica, único anticorpo que temos para combater os discursos de medo do Bolsonaro. Mas as tempestades perfeitas têm o mérito de limpar o ambiente”, disse.

“A política externa terá papel importante nisso tudo. E temos que mostrar e entrar mais fundo nas relações do que entramos no passado. Os erros de Bolsonaro são muito marcantes e vão demandar muito trabalho”, disse Amorim, explicando também que o problema do ressurgimento da extrema-direita é mundial. “O Brasil jamais esteve apartado dos demais países, jamais foi visto como um pária internacional. O mundo está mundo diferente, a ascensão da China é algo real. Não podemos desprezar aquele imenso cabedal que se fizeram o país dar saltos positivos. É preciso ‘esperançar’”.

Guilherme Casarões é vice-coordenador da Graduação em Administração Pública da Fundação Getulio Vargas e professor da nas áreas de Administração Pública, Ciência Política e Relações Internacionais. “Bolsonaro, como fenômeno político, integra uma ação que ocorre em muitos continentes. Uma onda de presidentes que se elegeram com discursos autoritários e violentos. Uma segunda nuvem é a do retorno da religião, o nacionalismo religioso”, contou.

O professor ainda falou sobre as ressalvas da globalização e lembrou a presença de Lula em Davos, na Suíça, e em Porto Alegre, no Fórum Social Mundial, na mesma semana. “Bolsonaro abre mão do principal ativo político do país lá fora, que é sua diplomacia. O que vimos foi esvaziamento do Itamaraty como instituição e reconfiguração dos princípios diplomáticos baseados no que eles chamam de ‘antiglobalismo’. Não será tarefá fácil reposicionar o Brasil como merece”.

Crescimento do fundamentalismo religioso, reforma da mídia, os perigos da extrema-direita nas relações internacionais e as tarefas para o futuro a partir das vitórias possíveis em 2022, a retomada internacional do país e a reconstrução de sua imagem e ação altiva demandarão muita organização e trabalho. Assista a íntegra do programa aqui.

Sobre o Pauta Brasil

Pauta Brasil recebe especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates são realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com os 66 programas.

Pauta Brasil: novo mundo complexo e reconstrução das relações internacionais