O programa Pauta Brasil desta quarta-feira, 15 de setembro, recebeu Álvaro Díaz e Giorgio Romano, com mediação de Elen Coutinho, diretora da Fundação Perseu Abramo, para abordar os significados da data de 11 de setembro, para chilenos e estadunidenses.

Giorgio Romano é professor associado de Relações Internacionais e Economia da Universidade Federal do ABC. Pesquisador do Observatório da Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (OPEB). Para ele faz todo sentido o programa fazer a relação entre o que ocorreu no 11 de setembro no Chile e nos Estados Unidos.

Ele relembrou que o 11 de setembro sempre foi uma data de luta pela democracia na América Latina. Depois dos atentados às torres gêmeas, ele questiona se há coincidência entre as ocorrências. “O atentado criou destruição em Mannhatan, mas depois criou muita destruição no Iraque”, falou, explicando também qual era o contexto geopolítico em 2001, a frequente participação dos Estados Unidos em guerras, “mas a primeira vez dentro de seu território”.

A supremacia dos Estados Unidos, a “guerra da civilização contra a barbárie” decretada por eles, o poder econômico, a invasão do Iraque, “que não tem nada a ver com a prisão de Osama Bin Landen, mas grande interesse pelo petróleo” foram explicados por Romano, que falou também sobre os interesses atuais dos Estados Unidos com relação à China, a retirada do Afeganistão, “a grande diferença entre o mundo hoje e o de 2001: hoje a China controla sua cadeia produtiva e tecnologia, tem vontade de ser uma potência”.

Alvaro Díaz é economista, ex-embaixador do Chile no Brasil, ex-vice Ministro de Economia do Chile, Coordenador do Foro para um Desenvolvimento Justo e Sustentável. Ele relembrou o 11 de setembro e o golpe de Estado no Chile. “Foram quinze anos muito difíceis para nós. Tivemos número de mortos em nossa ditadura igual ao das torres dos Estados Unidos”.

Díaz falou ainda sobre a luta pelos direitos humanos no Chile, “a lembrança histórica daquele período ficou na memória dos chilenos e o processo e prisão de militares condenados pelas torturas. E analisou as eleições em seu país, a construção da nova Constituição, e a maioria que tem a esquerda e os progressistas: “acredito que vá surgir uma Constituição com democracia paritária e respeito às populações originárias”.

Os convidados ainda comentaram os avanços democráticos no Chile mas também o crescimento do fascismo em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil. Assista a íntegra aqui.

Sobre o Pauta Brasil

Pauta Brasil recebe especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates são realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.

O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com os 66 programas.

Os dois 11 de setembro: Chile e Estados Unidos