Por Isolda Dantas

As disputas no campo da política são essenciais à existência e à manutenção de uma ordem democrática. O confronto de ideias e de projetos é saudável e, mais do que isso, é uma expressão dos interesses divergentes em uma sociedade marcadamente desigual como a nossa. Esse confronto de ideias, no entanto, perde seu valor e sua virtude quando a farsa e a mentira passam a ser os argumentos utilizados no debate público.

Foi o que vimos no golpe travestido de impeachment em 2016, na prisão injusta de Lula para impedi-lo de ser candidato, e o que assistimos agora no Rio Grande do Norte. Em todos esses casos, representantes de projetos rejeitados pela maioria do povo tentam implementar sua agenda elitista e conservadora plantando factoides, promovendo mentiras e brincando com instrumentos sérios para viabilizar interesses pessoais ou de grupos políticos.

Nosso estado demorou a virar a página das oligarquias. Fomos o último do Nordeste a fazer isso. Como resultado, temos o caos financeiro que o governo Fátima Bezerra herdou e que vem sendo superado; além de graves ilegalidades que foram encontradas e corrigidas como serviços que eram prestados sem qualquer tipo de contrato e sem que nunca fossem investigados pela Assembleia Legislativa que agora brinca de instaurar CPIs através de alguns de seus representantes.

Esses deputados que assinam um requerimento para abertura de uma CPI puramente politiqueira, são os órfãos das oligarquias derrotadas nas eleições de 2018. São os mensageiros locais do bolsonarismo genocida que assola nosso país e maltrata nosso povo. São os inconformados com o governo de perfil popular que pôs fim às fraudes e aos superfaturamentos com o dinheiro público. São os desesperados com as pesquisas de opinião para as eleições de 2022.

Como líder do PT na ALRN sei que o governo liderado pela professora Fátima Bezerra não teme esta CPI. É um governo honesto, ético, comprometido com a lisura, com a transparência e com o controle social das contas públicas. Que busca sempre entregar o melhor serviço público à população, avaliando a melhor forma de fazer e o menor custo. Um governo que já teve a aplicação dos recursos Covid-19 analisada e aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pela Controladoria Geral da União (CGU).

A vulgarização da CPI como instrumento de propaganda oposicionista é inaceitável. Quando brincamos com prerrogativas Constitucionais, admitimos brincar com a própria democracia. E isso traz custos sociais imensos. CPI deve ser instalada quando há fatos que a justifiquem e isso é tudo o que não vemos nas 68 páginas de pura infâmia subscritas por parlamentares que nada fizeram quando o Executivo Estadual, em gestões anteriores, de fato praticava ilicitudes.

Estamos aqui para representar o povo. E é no interesse do povo que vamos nos contrapor a essa farsa. Num momento em que a pandemia e a fome assolam gravemente as famílias, nossa ação política deveria mais do que nunca estar voltada para salvar vidas, para garantir o melhor para a população do Rio Grande do Norte. Com ética e espírito público, elementos que sempre balizaram a ação da deputada estadual, da deputada federal, da senadora e agora da governadora Fátima Bezerra.

Deixem o palanque para 2022. Nele poderemos novamente confrontar ideias e projetos. O governo Fátima não tem o que temer, ao contrário, é destaque nacional como um dos estados mais transparentes no uso dos recursos destinados ao combate à pandemia. Já vocês, mensageiros locais do bolsonarismo, preocupados que estão em desviar o foco da CPI nacional e em voltar ao governo que ajudaram a destruir e que a atual gestão colocou de pé, devem ter muito do que se envergonhar.

 

Isolda Dantas é deputada estadual pelo PT/RN