A coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado, a educadora Iêda Leal de Souza, fala nesta entrevista à Revista Reconexão Periferias sobre a diferença entre representação e representatividade de pessoas negras em espaços de poder e de visibilidade.

Nesta chave, ela comenta as polêmicas envolvendo negros participantes do Big Brother Brasil, no início do ano, e também sobre o recém-lançado documentário “Pelé”.

A coleção da Revista Reconexão Periferias pode ser acessada aqui. Na próxima edição, que está sendo preparada, nosso entrevistado é Itamar Vieira Junior, autor do premiado livro Torto Arado, sucesso de vendas e de crítica.

Acompanhe a entrevista de Iêda a seguir:

Seja benvinda Ieda. Tudo bem?

Sim, obrigada. Nós estamos aqui neste dia com todo cuidado de ficar em casa por conta da pandemia. Estamos na redução das nossas atividades, mas trabalhando muito, remotamente. Nós estamos bem, mas perdendo muita gente que a gente gosta. Muitos professores sendo vítimas da Covid-19 e a possibilidade de contaminação é muito grande aqui em Goiânia hoje. Nós temos um decreto que diz que muitas cidades precisam parar, mas há ainda a insistência de um comércio que não quer parar. Mas estamos vivos, bem, e querendo a vacina. Fazendo campanha por vacinação sim, com certeza.

Estamos vivos a despeito do governo federal. Ieda, há um debate, que não é exatamente novo, mas ganhou muita força nos últimos meses: a simples presença de mulheres ou pessoas negras em determinados espaços de poder ou de visibilidade dá conta de contribuir para o avanço da luta antirracista e feminista? E não consigo fugir de uma questão porque ela teve um impacto muito forte recentemente, que é a presença daquele grupo de pessoas negras no Big Brother. Então eu queria que você falasse um pouco sobre isso.

Isso só não basta para nós negros e negras organizados no movimento negro. Conversando com a população negra, que é um percentual de 56% da população, não é o suficiente. Mas é um determinante absolutamente bacana da visibilidade, das nossas possibilidades. Então quando nós temos a presença de pessoas negras em determinados locais da sociedade, estes locais servem para uma mudança efetiva. Quando eu tenho um vereador negro, uma negra vereadora ou uma mulher trans vereadora. Eu não estou falando de qualquer um. Estou falando dessas pessoas ligadas à nossa luta e que tenham certeza da importância delas nesses locais. Eu estou falando desses espaços de poder como é o caso das associações de bairros, conselhos tutelares, das prefeituras – como vereadores, como prefeitos – como chefes de alguns departamentos importantes para a sociedade, de unidades de saúde, que tenham condição de enxergar a pluralidade, a diversidade do nosso país. Logicamente tendo como ponto focal a questão racial. Não significa só ficar na questão racial, mas tendo esse ponto como referência. Então essa visibilidade ela nos dá muitas possibilidades. Porque aí é uma criança negra olhando para um lugar de poder e se enxergando. Então, essa visibilidade ela é importante. Não é só essa visibilidade, mas isso já dá para gente condições de continuarmos avançando e termos mais parceiros na luta antirracista, e isso é muito positivo.

A outra questão, e aí eu vou trazer para cá nossa responsabilidade de não fazermos uma tarefa de pautar, nas nossas vidas tão sofridas, uma pauta, uma agenda da Rede Globo, que é este reality show, servido para a população brasileira neste momento, um momento de pandemia, momento em que nós deveríamos estar discutindo outras questões. O Brasil para, para observar um programa de TV que serve para ser uma cortina de fumaça para nos enganar e para traçar caminhos que não são caminhos corretos, num lugar onde nós estamos batendo o recorde de mortos, onde temos uma crise sanitária, uma crise do Judiciário, uma crise política, nós temos um presidente negacionista. Aí eu quero dizer pra você, Isaías, esta pauta não nos serve. Não condiz com a realidade do povo negro no país. A gente não deveria estar discutindo isso. Querem reduzir a minha ação política no movimento negro numa vitrine absolutamente desconfortável. Tanto é verdade que tem impactos gravíssimos nas relações humanas. E isso a gente pode até discutir. Mas não é para mim, hoje, de primeira ordem, discutir reality show de uma instituição que não respeita as condições de vida em que o povo brasileiro está envolvido. Nós deveríamos impedir que fosse apresentado neste momento, no meio de tanto dor que estamos sentindo, a população negra. Nós somos o alvo preferencial da Covid. Nós não podemos ficar 80 dias em UTI particular, nós não temos plano de saúde. Nós nem conseguimos entrar para nos cuidar.

Eu entendo é que você rejeita a própria realização do reality show, não importando com que componentes for, numa circunstância como esta. Mas eu queria te perguntar, se não estivéssemos numa pandemia, o programa seria um pouco menos de mau gosto? E se tivesse sido feito o convite para esse grupo de pessoas negras, ainda assim seria uma armadilha, uma forma de expor as pessoas de maneira maldosa?

Eu acho que um programa dessa natureza é uma exposição cruel dos seres humanos. Eu acho que a gente deveria regular os meios de comunicação para prestar serviços de verdade. Os jogos são importantes, mas eu não posso manipular os sentimentos das pessoas. E isto é um projeto para distorcer os caminhos das relações humanas no mundo.

Iêda foi dirigente sindical dos educadores de Goiânia e da CUT-GO

Me chama a atenção, quando você falava dos espaços de poder, você destacou espaços tais como coordenação em uma unidade básica de saúde, no atendimento em serviço público. Você não citou cargos como presidência de uma grande corporação, ou um cargo numa emissora de TV. Você apresenta uma visão do que é espaço de poder fora desse automático que a gente tem de pensar poder só como aquela coisa grande, com um grande orçamento. Fale um pouco sobre isso.

Eu acho que é porque são esses espaços em que nós estamos muito em contato com a comunidade. A comunidade vai ao centro de saúde, à escola, e a presença de pessoas negras nesses espaços é fundamental. Não estou querendo dizer que não quero ver uma mulher negra subindo a rampa do Planalto. Quero estar viva para que isso aconteça. Mas essas percepções de locais pra gente poder ocupar, são todos. É importante. Eu tenho uma lista de mulheres negras que são empreendedoras, e eu adoro. Eu sempre consigo descobrir que sempre tem alguém que faz alguma coisa e a gente tem que consumir dessa mulher. Ela faz bombom, ela é a dona da fábrica do bombom. Então, se a gente quer comprar pra dar de presente, a gente faz isso. Eu quero comprar bonecas, então eu compro da mulher negra que fabrica, a Lúcia Makena, que é avó da Mc Soffia. A gente precisa entender que todos os espaços são importantes no comando, mas os espaços em que estou mais próximo da comunidade, isso me dá o prazer imediato de ver que ali no centro de saúde tem uma mulher negra sendo a chefe, que na direção da escola é uma mulher negra que comanda. Eu fui diretora de escola, então eu sei o que é observar no rosto de crianças negras, absolutamente sem as condições materiais objetivas de sobreviver, o quanto elas se surpreendiam quando descobriam que a diretora daquela escola que eles faziam parte era uma mulher negra. Eu sabia perfeitamente o quanto para mim também era importante que elas tivessem um reflexo na minha pessoa, porque poderiam confiar. E a relação de confiança faz com que as pessoas cresçam mais nesse espaço educacional. A negrada chegou na universidade, os cabelos crespos, as cotas raciais. Realidade. Eu acho que agora está na hora de a gente não só entrar nas cotas, mas concluirmos os nossos cursos, passar a sermos professores universitários e ocupar os departamentos; aí sim nós estaremos com certeza fazendo gradativamente a nossa representatividade. Nós estamos entrando, alguns não ficarão, outros ficarão, outros se tornarão cientistas, publicarão livros, mas nós precisamos assumir a reitoria.

Nós precisamos assumir o governo do estado, a prefeitura, os cargos de vereança. Um banco, quando eu chego e me deparo com negros fazendo a segurança, mas eu me deparo também com o gerente, uma mulher, um homem, mandando naquele espaço, nos dá orgulho. Quando eu clico na televisão e vejo que tem alguém falando, dando a notícia, e é um ser humano negro, é um homem negro, é uma mulher negra, é um jovem negro, é um momento de reconhecimento e de perceber que eu posso também.

Eu queria insistir um pouco sobre isso, para falar de algumas pessoas negras que chegam em alguns espaços e acabam representando uma decepção e uma grande oportunidade para a crítica dos racistas. Não vou citar nomes, mas há um vereador aqui em São Paulo por exemplo que é absolutamente da direita, e tem uma mensagem racista. Tem o presidente da Fundação Palmares. Isso acontece por falta de formação política? A segunda pergunta é: por que a cobrança é tão pesada sobre os negros quando esse tipo de coisa acontece, e essa cobrança não é feita sobre os brancos, ninguém vai lá entrevistar um sociólogo branco para perguntar o porquê que um branco está fazendo coisas ruins, absurdas? Como você avalia essas reações?

Todas resultado de uma herança racista. Um conjunto que eles associam para justificar a existência desse projeto, do machismo, do racismo, da lgtbfobia, das teorias em que eles têm, que eles comprovam, eles estão sempre vendo, estão sempre certos – ‘cotas é um absurdo’, ‘racismo não existe’, essas teorias todas muito bem organizadas. Vamos pegar esse vereador da cidade de São Paulo: ele vem prestando um desserviço para nós negros, mas ele presta um serviço absolutamente competente para essa elite racista que domina o país, e ele se envolve de uma forma tão violenta, que ele acredita que ele está certo. A relação de dominação é muito forte. E ele estudou para isso, ele tem teorias para isso. Aliás, ele sobe no púlpito e nos combate violentamente, e os brancos avisados e organizados para perpetuar o racismo no país, batem palma para ele. Ele serve muito mais ao capital, aos brancos, aos homens héteros, né. Ele acha que está certo. Como o racismo é um crime perfeito. Eu sempre digo isso. É preciso compreender, e essa compreensão do racismo dá mais força para lutar com mais vontade para que a gente possa ter o número menor de pessoas fazendo isso. Dói muito. Mas aí eu acordo e vou procurar Benedita da Silva, vou procurar Vicentinho, vou procurar Lélia Gonzalez, vou procurar Conceição Evaristo, acordo e vou procurar Luiza Bairros, que vão nos dar caminhos para nos livrar dessas coisas que o racismo na estrutura faz tão bem. Então a destruição dessa estrutura racista nesse país tem que ser para nós uma tarefa muito certa e correta e tem que ser sistematicamente. Nós precisamos estudar o discurso dessas pessoas e oferecer para nosso povo mais simples outro caminho não seja o caminho de abaixar a cabeça e ser o capitão do mato e fazer um discurso absolutamente contrário a tudo o que pensamos. E aí não sai da boca de um branco, sai da boca de um negro e nos causa mais sofrimento. Mas nós vamos conseguir.

Créditos: CUT-GO

Iêda encontra Angela Davis

Você dizia que o racismo é um crime perfeito e aí me ocorreu que o capitalismo é um crime perfeito, porque a gente vê o oprimido sonhando em ser o opressor. Mas isso não quer dizer que o crime não possa ser desvendado.

A gente podia dizer assim: o racismo é quase um crime perfeito.

E falando em capitalismo, a gente sabe que a direita e o poder econômico sempre se apropriam de bandeiras justas e legítimas, quando percebem que naquilo eles podem criar um produto, uma mercadoria, um filão de mercado que possa gerar lucro. Como lidar com isso e dar um drible nessa voracidade do mercado que quer transformar tudo em mercadoria, como fizeram em muitos aspectos com a luta das mulheres e procuram neste momento fazer, suponho eu, com alguns aspectos da luta antirracista?

Há uma pesquisa de 2019, e eu li recentemente, é o quanto eles começaram a perceber que nós negros consumimos, compramos, e não é uma quantidade pouca, não. Claro, no momento muitos estão desempregados. Nós temos uma posição de que se eu não me vejo, eu não compro. Isso era uma das coisas que nós mulheres negras desenvolvemos: eu chego numa loja que não tem nada que possa parecer com a população negra no país, eu não me vejo, não compro. Eu estou falando das mulheres negras porque nós pegamos muito isso para gente: das nossas roupas, das maquiagens, tudo isso eles pesquisaram, descobriram. Essa pesquisa que eu li mostra que nós consumimos 20% de tudo o que se consome no país. E nós estamos exigindo qualidade, porque outra coisa é você fazer um produto o consumo e esse produto não dá certo com minha pele ou com meu cabelo. Então não é só colocar um desenho. Eu me lembro na questão do livro didático, disseram que ia ter todo um trabalho de olhar político, racial, dentro dos livros didáticos, porque o conteúdo racial não era adequado. Muitos livros foram tirados de circulação, outros o MEC debruçou e fez uma conversa. Aí o que aconteceu? Alguns pegaram e mudaram a capa. A capa eram crianças negras, mas o conteúdo absolutamente intocado. Então não basta colocar só um rótulo e dizer: consumam. Talvez seja esse o nosso grande drible. Nós temos que educar o mercado. Algumas marcas internacionalmente conhecidas usam, aqui no Brasil, critérios de seleção diferentes dos usados nos Estados Unidos e alguns países da Europa, porque eles sabem que lá vai existir cobrança. Aqui a seleção é feita de qualquer forma e não há questionamentos. Nós precisamos continuar educando nosso povo para essa cobrança.

Ieda, a gente falava em drible agora há pouco e eu queria, a partir dessa metáfora futebolística, te perguntar se você assistiu o documentário recém-lançado chamado “Pelé”, o que você achou do documentário, feito por dois ingleses. Além de mostrarem a genialidade do Pelé, ele também é confrontado com a sua postura leniente com o regime militar e uma das comparações que são feitas ali é com o Muhammad Ali. O Muhammad Ali teve acesso a uma formação política, e aquilo transformou a cabeça dele. Não sei se o Pelé teve. O que você achou do documentário e o que você acha da própria figura do Pelé?

Li uma biografia do Pelé escrita pela jovem Angélica Basthi e um filme que foi lançado, não vi esse documentário. Você me pergunta se eu gosto do Pelé. Vou te contar que quando eu fui à África do Sul, as pessoas descobriram que eu era do Brasil, e perguntavam assim: Pelé, o rei do futebol. A palavra, o nome, conhecidíssimo. Mas elas disseram outro nome: Lula. Eu fiquei maravilhada. Em determinado momento, o Pelé foi, para nós do movimento negro, num momento em que o país queria dizer que não havia racismo no Brasil, usaram muito a figura do Pelé. Parece que o sistema criava o tempo todo esse país onde não existia racismo. Se a gente pegar o histórico do Pelé, esse jovem que aos 17 anos foi apresentado ao mundo, da genialidade nós não temos dúvidas. Com o livro da Angélica eu entendi muitos pedaços da vida de Edson Arantes. Mais uma vez eu vou me reportar ao quanto a sociedade brasileira se comporta nessa conjunção de fazer com que nós negros percamos a humanidade, a visão, o enxergar do outro lado. Mas o Pelé é um gênio. Mas eu acho que ele só serviu para esta sociedade para colocar esse jogo, porque ele nega o racismo. E isso nos incomoda muito. Mesmo diante dos fatos, ele não percebe o quanto aquilo tem uma proporção do racismo.

E aí do regime militar e autoritário, eu digo para você: tinha que temer. Talvez seja o sentimento mais profundo e real de uma pessoa. Quem não poderia temer aquilo? Então, para mim, era muito do medo e de não saber dar as respostas. Qual é a formação, quais foram as escolas, qual é a militância desse jovem? Ele se organizou para ser jogador, e o melhor jogador de futebol do mundo, mas não podemos negar que a performance de combate ao racismo deste homem, infelizmente para nós, tem um outro conteúdo. A gente precisa compreender e dizer que não é esta a linha. Mas eu queria muito poder pedir licença para dizer que hoje não é necessário a gente usar o Pelé para discutir a questão racial. Nós podemos nos agarrar ao Aranha, nós podemos trazer o Daniel Alves. (Aranha era goleiro do Santos quando, numa partida contra o Grêmio em agosto de 2014, foi chamado de “macaco” pela torcida adversária e protestou publicamente. Daniel Alves jogava pelo Barcelona quando foi atirada uma banana contra ele, em abril de 2014. Daniel comeu a banana, em protesto).

Eu preciso entender esse ser humano chamado Pelé. Ele foi em determinado momento usado pela própria estrutura do governo para dizer que não existia racismo. Mas eu posso dizer das lembranças que eu tenho das narrativas que meu pai dizia: o Brasil joga contra a Áustria, 11 jogadores, um negro. No terceiro jogo, a comissão técnica decide chamar os melhores, aí entra em campo Pelé, Garrincha, todos que a gente conhece a história. Antes disso, tem todo um cunho racial, racista, de servir para o mundo aquilo que o Brasil queria vender, a democracia racial e de que éramos um país de maioria branca. Naquele momento, aqueles jovens não sabiam disso, mas a história conta. Ele e Garrincha, aliás, uma história vitoriosa de homens negros absolutamente vítimas do racismo estrutural, vítimas de uma comissão técnica racista. Houve um momento em que o Pelé foi uma referência, hoje ele não é mais. Hoje, nossa referência é o Aranha.

E lembrando que o Movimento Negro Unificado surgiu em 1978, o ano em que o Pelé se aposentou. E aí tem uma linha de tempo, como você falou, e como o ativismo, o movimento negro, vai construindo toda uma coisa fora e dentro do esporte e que vai fazendo o mundo avançar, um exemplo que tem mais peso no comportamento dos jogadores do que o exemplo do maior jogador de todos os tempos.

Você falou do Muhammad Ali. Ele disse: ‘Eu não vou pra guerra, então me prenda’. Não é só pra gente comparar. Existe toda uma compreensão do movimento negro educador que dá essa possibilidade de as pessoas fazerem uma reflexão e dizer na boca de um grande ídolo: ‘É racismo, eu estou sendo vítima de racismo’. Sabedores da nossa história e do crime que representa o racismo, eu me manifesto. Talvez seja um diferencial, e nós vamos continuar, porque do Movimento Negro Unificado para agora a gente tem um comportamento de outras entidades que também vêm para ajudar. Temos uma televisão que não tem mais coragem de pintar alguém de preto para poder fazer um personagem negro. É um caminhar.

Você quer acrescentar algo?

Eu queria registrar que as mulheres negras são vítimas de uma grande violência política no nosso país. Registrar sempre a articulação das mulheres negras. Nós perdemos nossos filhos, nossos companheiros, nossas companheiras, pra todas as formas de violência. Nós assistimos uma população morrer de fome. A gente vai sempre na direção da proteção da vida, e eu queria registrar isso. Relembrando algumas mulheres muito importantes. Mas eu queria dizer que nesse momento é necessário que a gente crie um clima de proteção à vida das mulheres neste país contra todo o tipo de violência. Temos que nos manter vivas, unidas e organizadas.

 

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