Quando novos atores entram em cena*

Moara Saboia, vereadora pelo PT em Contagem (MG)

Moara foi eleita pelo PT para seu primeiro mandato parlamentar, que se inicia agora. Ela é estudante de Engenharia Civil, tem 30 anos e tem forte ligação com o movimento estudantil e o movimento negro, em que iniciou sua militância. Esta entrevista faz parte da Revista Reconexão Periferias (conheça a publicação aqui). Moara participará nesta terça, dia 9, da live do Reconexão Periferias, com início às 17 horas, e com participação também de Tiago Santana e Nazaré Cruz. Acompanhe a entrevista:

Quais são seus planos para o mandato?

Cumprir as 13 propostas para Contagem, as quais divulgamos em campanha (www.moarasaboia.com/propostas) e ser um mandato feminista, jovem, antirracista e que tem como foco criar temas anuais e o tema deste ano é a questão de geração de emprego e renda, para que ninguém passe fome ou dificuldade em Contagem e que tenham o mínimo de dignidade.

Entre esses planos, qual a prioridade número 1?

A prioridade número 1 é o tema deste ano no mandato, que é a geração de emprego e renda, por meio do Projeto de Lei Renda Básica de Cidadania. Trata-se de um instrumento de garantia de renda para famílias em condição de vulnerabilidade social, inclusive famílias cujo principal rendimento bruto auferido pelos membros seja proveniente do trabalho informal, e o microempreendedor individual.

Quando novos atores entram em cena: Moara Saboia

Créditos: arquivo pessoal

 

Por que você decidiu ser parlamentar?

Eu nunca pensei em ser parlamentar, mas em 2018 começou a ser pensado um projeto, conhecido hoje como “Projeto Representa”, para que os/as jovens petistas pudessem ser parlamentares, por acreditar na renovação e por acreditar que os/as jovens que construíram movimentos sociais e que foram fruto de boas políticas públicas, poderiam construir boas trajetórias como parlamentares. A iniciativa do Projeto Representa foi fundamental para minha eleição e para eleição de jovens do país inteiro. Mas a ideia de eu me candidatar veio a partir de uma articulação municipal, pelo fato de ter uma representante dos movimentos sociais na cidade, para ter uma representação no Legislativo por parte de alguém que realmente tivesse afinco com as pautas que acreditamos, tanto que o começo da articulação da minha campanha se deu em janeiro de 2020.

Em comparação com os parlamentares mais experientes, que novidade você quer apresentar na sua forma de trabalho?

A gente visa criar um mandato educador, ou seja, tornar nítido ao povo de Contagem qual é o papel do vereador e vereadora, que não é ser assistencialista, que não é cumprir papéis que muitas vezes são do Poder Executivo. Pretendemos, enquanto diferencial, que as pessoas saibam que ser vereador/a não é função de uma pessoa especial, ou de uma pessoa rica e que a tarefa do vereador é ser representante do povo na Câmara Municipal, que é legislar e fiscalizar o Executivo.

O que você diria para os jovens que pensam em seguir carreira política?

Eu diria que o mais importante é saber quem você é e para onde você quer ir. O vereador não é diferente de um jovem que cumpriu uma tarefa em um sindicato, que cumpriu a tarefa em movimentos sociais ou que cumpriu uma tarefa inclusive no Executivo. Todos nós temos a tarefa de tornar a vida do povo melhor, mais fácil e estamos cumprindo estas tarefas em lugares diferentes. Mas, por fim, quero dizer que é para a pessoa jovem acreditar que a Casa Legislativa é a casa do povo e tem que ter a cara do povo, a cor do povo brasileiro. A diversidade que nosso povo tem, inclusive a juventude. Para ter mais jovens na política, precisamos popularizar e democratizar a política, saber que o espaço da política é um espaço de todas e todos, e que não tem espaço vazio, pois quando a gente não ocupa, é ocupado por outros que têm interesses que nem sempre nos servem.

*esta seção é inspirada em livro de mesmo nome, escrito por Eder Sader e lançado pela primeira vez em 1988