8 de Março: resistência, esperança e luta pela vida das mulheres
O Pauta Brasil deste 8 de março não poderia ser diferente: tratou dos temas relacionados à luta feminista e bandeiras das mulheres. Para a ex-ministra Eleonora Menicucci, “não podemos nunca parar de lutar. A luta faz parte da nossa vida”.
“Com mais de 265 mil mortes pela Covid-19, todas de responsabilidade do misógino genocida que está no poder, neste 8 de março, dia de luta das mulheres, quero fazer um protesto veemente contra a fala machista de Ciro Gomes contra a presidenta Dilma Rousseff. Em nome de todas as mulheres brasileiras, faço esse protesto para mostrar que a luta faz parte da nossa vida”, denunciou.
“As mulheres sempre estiveram na linha de frente na luta contra as ditaduras e opressões e nós aqui hoje, as petistas, também, continuamos lutando. “Éramos jovens e tínhamos ideal libertário”, contou ao relatar os momentos terríveis durante a prisão, a tortura, o abuso dos torturadores por elas serem mulheres. “E hoje não é a diferente”, lamenta ao relacionar sua trajetória com o momento atual.
A ex-ministra ainda comentou sobre o aumento dos feminicídios e aumento de 79% de violência contra as mulheres, lembrando a relação entre gênero e raça, estruturante do capitalismo: “tudo isso afeta muito mais as mulheres negras”, lembrando as diferenças salariais como exemplo. Sem vacina, sem Auxílio Emergencial, as mulheres mais pobres serão novamente as mais prejudicadas. É pela vida das mulheres, vacinas para todos, já”, defendeu.
Esse dia 8 de março é dramático, “não é um dia de festa, e sim de luta”, de reforço e reafirmação da nossa existência, um dia de luta para que retomemos nossas conquistas, “por isso é fundamental sermos protagonistas do Fora Bolsonaro e da reconstrução do Brasil. Com ele não há direito, é a cada dia mais terra arrasada. As mulheres sempre serão protagonistas determinantes do processo histórico”. Eleonora não deixou de lembrar a história do 8 de março, em 1914, resultado das lutas socialistas russas. As decisões de hoje em relação aos processos do ex-presidente Lula também foram comemorados por Eleonora.
Janaína Oliveira, secretária nacional LGBT do PT, lembrou os números lamentáveis da pandemia, as dificuldades postas para as mulheres com todas as dificuldades que a Covid-19 trouxe para suas vidas. O Auxílio Emergencial e a necessidade do Estado presente, e a crítica ao governo Bolsonaro e seus retrocessos, como as implementadas pela ministra Damares.
“O Estado brasileiro atua diariamente para destruir nossas conquistas”, denunciou, e não deixou de relatar as dificuldades recentes das mulheres na disputa política das últimas eleições. Para ela, o #8M é importante pelas bandeiras do feminismo e pelo empoderamento das mulheres lésbicas, por exemplo”.
A luta feminista, o aumento da violência e opressão, o desmonte das políticas públicas, as bandeiras específicas de tantas mulheres diversas fizeram parte também da participação de Janaína, que também defendeu que continuamos na luta, “gritando em defesa da vida das mulheres”. Ela também defendeu a promoção de mudanças para que cada mulher, em sua individualidade, seja respeitada.
Anne Karolyne, secretária nacional de Mulheres do PT, lembrou a diferença que há entre as mulheres dentro do Brasil e a importância que é o aprendizado com mulheres como Eleonora e a história que vem junto com ela.
A situação que vive o país, a conjuntura sempre mais dura para as mulheres de regiões não centrais do país, e a militância como espaço de transformação foram citados por Anne Karolyne, que também contou sobre as dificuldades para o 8 de março num contexto de pandemia e governo Bolsonaro.
Anne falou também sobre as dificuldades da classe trabalhadora na pandemia, a falta de isolamento para os pobres e que as lutas todas se unem, contra o aumento da pobreza, principalmente. As ações de parlamentares mulheres do PT e seus projetos de lei estiveram presente no programa.
Finalizou defendendo unidade, esperança e o legado da ex-presidenta Dilma. “Qualquer fala, de qualquer homem que a ataque, ataca todas nós. Não vamos esquecer, que mesmo sendo já inocentada Dilma, seja atacada por Ciro Gomes”, disse.
Assista a íntegra do Pauta Brasil Especial 8 de março aqui.
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