O mais recente boletim do NOPPE (Núcleo de Opinião Pública, Pesquisa e Estudos) da Fundação Perseu Abramo traz os dados mais recentes de avaliação de governo, de acordo com os grandes institutos de pesquisa de opinião do Brasil. Segundo todos os estudos divulgados por Datafolha, XP/Ipespe, PoderData, Atlas e Ideia Big Data, o governo Bolsonaro passa por um novo pico de reprovação (a soma dos que consideram o governo ruim ou péssimo), com números em patamares que não eram vistos desde junho e julho de 2020. Segundo a pesquisa realizada pelo instituto Ipespe em parceria com a corretora XP, por exemplo, houve a reprovação ao governo subiu 7 pontos percentuais em dois meses – em dezembro era de 35% e em janeiro 42%.

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O boletim também traz os dados segmentados. Destaque para a reprovação entre o segmento de menor renda (até 2 salários mínimos) – segundo o Datafolha, aumentou 14 pontos percentuais na passagem de dezembro para janeiro, indo de 27% pra 41%. Também é bastante relevante o aumento da reprovação no Nordeste, que foi de 34% para 43% segundo o mesmo instituto, no mesmo período. No Sudeste, de acordo com a mesma pesquisa, o aumento foi de 10 pontos percentuais na reprovação.

Os institutos no geral trouxeram dados que demonstram que Bolsonaro segue com uma avaliação precária em alguns segmentos específicos – sendo estes as mulheres, os mais jovens (de 16 a 24 anos) e entre os que se autodeclaram negros ou negras. Neste último segmento, a aprovação do governo é de apenas 25%, segundo o Datafolha (único instituto que traz este dado), um dos índices mais baixos entre todos os segmentos. Entre as mulheres, os institutos trazem números parecidos de reprovação: Datafolha, 46%, PoderData, 47% e XP/Ipespe, 45%. Segundo o Atlas Político, a reprovação neste segmento é de 60%. Entre os mais jovens, números semelhantes: Segundo o Datafolha, 46%, para o PoderData são 49% e para a pesquisa XP/Ipespe, 46% – o Atlas Político trouxe o resultado de 56% de reprovação entre os mais jovens.

Considerando o aumento entre o segmento mais pobre, é possível aferir que o fim do auxílio emergencial aliado ao fato de que o governo não consegue demonstrar capacidade de levar vacina a todos e todas os brasileiros, teve impacto bastante substancial nos seus índices de popularidade, puxados por estes segmentos. É essencial seguir monitorando estes dados trazidos pelos institutos, em um contexto no qual o governo ensaia a volta de um auxílio emergencial e que há incerteza sobre como lidará com preços administrados, como os estabelecidos pela Petrobras. Os próximos boletins do NOPPE seguirão trazendo tais dados para alimentar o debate sobre a popularidade do governo e sobre a opinião pública brasileira.

 

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