O Grupo de Puebla, fórum político e acadêmico composto por representantes políticos de esquerda do mundo, fundado em 12 de Julho de 2019 na cidade mexicana de Puebla, se manifestou hoje por meio de duas notas ( a seguir) com relação ao processo eleitoral no Equador. Em um dos textos o Grupo de Puebla faz “um apelo às autoridades eleitorais do Equador para que defendam o voto das equatorianas e equatorianos bem como o resultado oficial das eleições, sem que isso implique qualquer restrição ao direito da cidadania de manifestar-se em paz e sem violência”.

 

COMUNICADO 1

O CONSELHO LATINO-AMERICANO DE JUSTIÇA E DEMOCRACIA – CLAJUD, ATUANDO COMO OBSERVADOR NO PROCESSO ELEITORAL EQUATORIANO, EXORTA TODAS AS FORÇAS POLÍTICAS NO EQUADOR A MANTER A PRUDÊNCIA E AGUARDAR O FIM DO ESCRUTÍNIO ELEITORAL, ANTES DE DAR POR OFICIAIS OS RESULTADOS PRELIMINARES.

A democracia exige o respeito ao direito da cidadania a manifestar-se publicamente, desde que essas expressões sejam pacíficas, sem apelos à violência ou ao desconhecimento das eleições. Qualquer expressão deste tipo é antidemocrática e contrária aos direitos dos equatorianos que, no passado domingo, 7 de fevereiro, compareceram massivamente às urnas.

Exortamos a que qualquer reivindicação acerca da validade dos resultados se materialize por meio dos mecanismos estabelecidos em lei.  Por último, fazemos um apelo às autoridades eleitorais do Equador para que defendam o voto das equatorianas e equatorianos bem como o resultado oficial das eleições, sem que isso implique qualquer restrição ao direito da cidadania de manifestar-se em paz e sem violência.

COMUNICADO 2

O GRUPO DE PUEBLA RECHAÇA TAXATIVAMENTE A TENTATIVA DE VINCULAR ANDRÉS ARAUZ, CANDIDATO PRESIDENCIAL DO EQUADOR NA CHAPA DA UNIÓN POR LA ESPERANZA (UNES), AO EXÉRCITO DE LIBERAÇÃO NACIONAL (ELN) DA COLÔMBIA, COM O ÚNICO OBJETIVO DE CORROER SUA PARTICIPAÇÃO NO SEGUNDO TURNO ELEITORAL DE 11 DE ABRIL.

O Grupo de Puebla desmente a falsa e mal-intencionada informação publicada por uma revista colombiana que indica uma suposta relação entre o financiamento da campanha do candidato da União pela Esperança (UNES) com o Exército de Libertação Nacional (ELN). Trata-se de uma nova tentativa das elites regionais para desacreditar Andrés Arauz.

Nós, integrantes do Grupo de Puebla, nos mantemos alertas ao que possa ocorrer no Equador nos próximos dias, e denunciamos todas as ações de lawfare na América Latina. Frente a essa tentativa de golpe contra a democracia no Equador, rechaçamos o uso dos aparatos midiáticos e judiciais para dobrar a vontade popular do povo equatoriano e conclamamos a todas as forças comprometidas com a paz, a democracia e a autodeterminação dos povos a velar por um processo limpo e livre de violência que interponha os interesses da cidadania sobre os de qualquer força política.

Alertamos tanto a comunidade internacional para manter-se vigilante frente a estes acontecimentos como as autoridades eleitorais do Equador a salvaguardar o voto dos equatorianos e garantir o cumprimento das regras democráticas.

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