Judicialização da política está em jogo nas eleições no Equador
O programa Pauta Brasil desta sexta-feira ouviu os professores Emir Sader e Carol Proner sobre os andamentos do processo eleitoral no Equador que ocorre no próximo dia 7 de fevereiro. As eleições no Equador, um dos países que não faz fronteira com nosso país, conforme recordou Emir Sader, tem os mesmos ingredientes de pleitos ocorridos aqui e em outros países vizinhos, com ações judiciais variadas pautando as disputas e impossibilitando candidaturas.
Carol Proner é advogada, doutora em direito internacional, professora da UFRJ e membro da ABJD, e Emir Sader é ex-presidente da Associação Latino-americana de Sociologia e secretário executivo do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso).
Com mediação do professor Valter Pomar, diretor da Fundação Perseu Abramo, o programa abordou o que está em jogo hoje nestas eleições e também na região como um todo. As chances de vitória da candidatura de esquerda no Equador, as contradições e disputas locais, o movimento indígena e os desafios no plano social, político e econômico a partir do resultado eleitoral foram comentados.
Emir Sader salientou que foram os movimentos antineoliberais que trouxeram o Equador para dentro do continente e apresentou as candidaturas em disputa. “Se Andrés Arauz ganhar no primeiro turno será uma grande vitória”.
Um grupo de 16 candidatos está concorrendo ao cargo e inclui Andrés Arauz, o escolhido do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), o ex-banqueiro de direita Guillermo Lasso e o líder indígena de esquerda Yaku Pérez, favoritos segundo pesquisas.
Para Carol Proner, “a Constituição aprovada pelo Equador, considerada ‘novo constitucionalismo latino-americano’, é avançada e inclusive impõe limites a privatização de bens como água e defesa dos povos primitivos”. Para ela, o debate de direitos já foi feito no Equador, “aqui no Brasil não”.
As dificuldades impostas por ações judiciais como foi a Lava Jata contra o ex-presidente Lula também foram citadas por Proner. O ex-presidente Moreno sofre uma série de perseguições por parte da Justiça e da mídia.
Os aspectos locais, a criminalização do governo de Moreno, a judicialização da eleição e questões ligadas a golpes ocorridos no último período também fizeram parte da entrevista.
Assista a íntegra do programa aqui.
Pauta Brasil receberá especialistas, lideranças políticas e gestores públicos para discutir os grandes temas da conjuntura política brasileira. Os debates serão realizado nas segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 17h, e serão transmitidos ao vivo pelo canal da Fundação Perseu Abramo no YouTube, sua página no Facebook e perfil no Twitter, além de um pool de imprensa formado por DCM TV, Revista Fórum, TV 247 e redes sociais do Partido dos Trabalhadores.
O novo programa substitui o Observa Br, programa que era exibido nas quartas e sextas-feiras, às 21h. Clique aqui e acesse a lista de reprodução com todos os 66 programas.