Pouco se ouve falar no Brasil da resistência dos povos originários, que começou desde a época colonial. Por isso, para muitos ainda persiste o mito do indígena pacífico. O programa de Memória da tvPt debate nesta quarta-feira, às 11h, o que está em jogo com a devastação que ameaça as terras indígenas brasileiras, em sua maioria situadas na Amazônia Legal.

Foram convidadas para este debate Pagu Rodrigues, indígena, socióloga, membra da coalizão pelo clima, do fórum popular da natureza e da frente ampla democrática socioambiental; e Jecilaine Borari, indígena, pedagoga, mestranda em Educação Escolar Indígena, membra do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns e presidenta da Associação Iwipurâga do Povo Borari.

Os indígenas sempre resisitiram à dominação do europeu. A resistência se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, bem como pelo suicídio quando presos. A resistência intensificava-se, sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais preciosos ou na expansão das fazendas.

Hoje a resistência indígena se pauta pela defesa de seus territórios que vêm sendo sistematicamente alvejados pelos desmatadores e pelo garimpo. São mais de 800 mil índios de 246 etnias que falam centenas de línguas, distribuídos em mais de 700 terras, que ocupam 13% do Brasil. A maioria delas fica na Amazônia Legal, região que engloba nove estados brasileiros. Ricas em recursos naturais, essas áreas são constantemente ameaçadas e invadidas.

Boa parte da área já foi desmatada, mas fora das áreas indígenas a taxa de desmatamento é 11% maior. Do que sobrou da floresta, um quarto está em terra indígena. Por isso a resistência indígena é uma barreira para exploração de recursos naturais pelo setor privado, o que gera conflitos e violência, que resultam na morte de muitos indígenas.

O programa irá ao ar nesta quarta-feira, às 11h, pelo canal do PT Nacional do Youtube e permanecerá gravado.