No último dia 17 de outubro, o jogador de futebol Robinho, que foi condenado em primeira instância na Itália em um caso de estupro coletivo, disse que “infelizmente, existe esse movimento feminista, que não sei o quê. Muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, para falar o português claro”, em explícita declaração preconceituosa contra as mulheres trans. Para ele, a violência praticada em grupo contra uma mulher não chega a ser um “problema”.

Para debater o feminismo e sua importância histórica para as mulheres e seu direito de viver sem violência, a tvPT convidou Liliane Oliveira, militante da Marcha Mundial das Mulheres e membra do Coletivo Estadual das Mulheres do PT da Bahia, e Nalu Faria, psicóloga, coordenadora da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e membra do Comitê Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

Segundo o Atlas da Violência do IBGE/Ipea, que analisou dados de 2018, a cada seis horas e 23 minutos uma mulher é morta dentro de casa no Brasil. E o percentual de mulheres que sofrem a violência dentro da residência é 2,7 maior do que o de homens, o que reflete a dimensão da violência de gênero e, em particular, do feminicídio. Apenas em 2018, as pessoas negras representaram 75,7% das vítimas de homicídios em relação a não-negras. Da mesma forma, as mulheres negras representaram 68% do total das mulheres assassinadas no Brasil.

E o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em setembro do ano passado, registrou recorde da violência sexual. Foram 66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, maior índice desde que o estudo começou a ser feito em 2007. A maioria das vítimas – 53,8% – foi de meninas até 13 anos. O perfil do agressor é de uma pessoa muito próxima da vítima, muitas vezes seu familiar, como pai, avô e padrasto, conforme identificado em outras edições do anuário. Isso considerando que a imensa maioria dos casos de estupro não é notificada.

As mulheres também são sub-representadas nos cargos legislativos e executivos, nos cargos de liderança e recebem salários mais baixos do que os homens, apesar de serem mais escolarizadas.

É sobre a necessidade de mudar tal realidade desigual e violenta que a tvPT falará com as convidadas.

O programa vai ao ar nesta terça-feira, 27 d eoutubro, às 11h, pelo canal do PT no Youtube e pela página do partido no Facebook.

O debate permanece gravado no Youtube para quem desejar assistir.

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