A tvPT desta quarta, 21 de outubro, a partir das 11 horas, relembra o episódio da queda da Bastilha do Cambuci, delegacia utilizada pelo aparelho repressivo da Velha República para punir o que o sistema classificava como “agitadores”, representados por anarquistas, comunistas, socialistas, sindicalistas ou quaisquer que protestassem contra as más condições de vida da população.

A destruição da delegacia e a libertação dos presos, por obra de uma pequena multidão de pessoas, aconteceu em outubro de 1930, na esteira da chamada Revolução de 30.

Para falar desse importante momento das lutas sociais brasileiras, o programa recebe o historiador Marcelo Thadeu Quintanilha Martins, no quadro História & Memória, que é exibido todas as quartas de manhã. Martins é autor do livro “A Civilização do Delegado – Modernidade, Polícia e Sociedade em São Paulo nas Primeiras Décadas da República”, fruto de sua tese de doutorado na USP, publicado pela Alameda Editorial. Martins também é servidor do Arquivo Público do Estado.

A chamada Bastilha do Cambuci é assim descrita por verbete do Memorial da Resistência:

“Nas primeiras décadas do século XX, o bairro do Cambuci era habitado principalmente por imigrantes e operários. O período era de efervescência revolucionária, quando o nascente movimento operário se fortalecia, começando a ser visto por patrões e governantes como “caso de polícia”. A delegacia do bairro se tornou, nesse contexto, destino certo para sindicalistas, comunistas, anarquistas e outros “agitadores sociais”. Com suas celas pequenas e insalubres, a delegacia do Cambuci ficou conhecida pelas indescritíveis torturas aplicadas aos presos políticos da Primeira República (1889-1930). Com a vitória da Revolução de 1930, no contexto das manifestações que tomaram conta da cidade de São Paulo, a delegacia foi arrombada e incendiada. O lugar ficou popularmente conhecido como “Bastilha do Cambuci” em referência à tomada da Bastilha ocorrida durante a Revolução Francesa de 1789. A delegacia foi posteriormente demolida.”

A tvPT pode ser assistida ao vivo no canal do Youtube do PT e no perfil do partido no Facebook. Os programas permanecem gravados e à disposição no Youtube.

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