O processo de independência do Brasil em 1822 está no centro do debate da tvPT desta terça, dia 8, a partir das 19 horas, em edição promovida pelo projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo.

Durante pelo menos dois anos que antecederam a declaração de independência do Brasil, as elites manifestavam medo de que o exemplo do processo revolucionário de Santo Domingo (mais tarde rebatizado Haiti), em que negros não só expulsaram o domínio francês como acabaram com a escravidão, fizesse escola por aqui.

O tema “Independência Incompleta: o Temor do Levante Popular” será desenvolvido pelos professores Ana Flávia Magalhães Pinto e João Carlos Nogueira.

Ana Flávia é professora do Departamento de História da UnB (Universidade de Brasília), coordenadora da regional Centro-Oeste do GT Emancipações e Pós-Abolição da Associação Nacional de História (Anpuh) e integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros (@historiadorxsnegrxs). Escreveu os livros “Imprensa Negra no Brasil do Século XIX” (Selo Negro, 2010) e “Escritos de Liberdade: Literatos Negros, Racismo e Cidadania no Brasil Oitocentista” (Ed. Unicamp, 2018). Nogueira é sociólogo e integrante da Cátedra de Combate ao Racismo da Universidade Federal de Santa Catarina/ UNESCO.

Às vésperas da Independência, cujos 198 anos foram celebrados nesta semana, os debates surgidos em torno da participação ou não do Brasil nas Cortes de Lisboa levaram a elite dirigente a pensar concretamente se não seria aquele o momento de se desfazer o Reino Unido e tornar o país sul-americano livre de sua metrópole.

Nesses debates, no Parlamento e pela imprensa, ficava evidenciado o medo de que o exemplo de Santo Domingo, mais do que o da Revolução Francesa, desse maior força e organicidade às rebeliões populares. E, na esteira de uma opção entre monarquia tropical ou republicanismo, o povo tomasse a frente do processo. Optou-se, então, pela monarquia de Pedro I e por soluções acordadas por cima. Processo que se reflete até os dias atuais?

A tvPT é transmitida ao vivo pelo canal do PT no Youtube e pelo perfil do partido no Facebook. Os programas permanecem gravados no Youtube após a exibição ao vivo.

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