Com o tema “A vida em primeiro lugar. Basta de miséria, preconceito e repressão. Queremos trabalho, terra, teto e participação”, o tradicional Grito dos Excluídos no dia 7 de setembro também será o Dia Nacional de Mobilização por fora Bolsonaro.

Diante do desmonte dos direitos adquiridos pelos trabalhadores, dos ataques diários à democracia, do desprezo pelas vítimas do coronavírus, o 26º Grito dos Excluídos tem a importante missão de fazer ecoar a trágica situação a que o Brasil foi levado pelo descaso do governo federal com a vida do povo.

O informe da coordenação do Grito afirma que estamos diante de uma “pandemia sócio-política que transformou o ambiente político em negócio e o próprio Estado em empreendimento, dando vida a Trump, nos Estados Unidos; Macron, na França; Berlusconi, na Itália; Bolsonaro, no Brasil, entre outros. Em nível nacional, a Dória, em São Paulo; Zema, em Minas Gerais; Wilson Witzel, no Rio, entre outros.”

Todos estão convidados a realizar ações simbólicas nas principais cidades do Brasil denunciando a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia. As informações estão em https://www.campanhaforabolsonaro.com.br/ e https://www.gritodosexcluidos.com/.

A história do Grito

No dia 7 de setembro de 1995, o Grito dos Excluídos realizava pela primeira vez marchas em 170 cidades brasileiras. O movimento nasceu por iniciativa das pastorais sociais da igreja católica. Naquele ano, o Grito dialogava com o tema da Campanha da Fraternidade – “Eras Tu, Senhor”, dirigido especialmente aos mais abandonados e esquecidos da sociedade.

A marcha foi organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em conjunto com diversas organizações sindicais e reuniu trabalhadores e romeiros. A caminhada tinha como lema “Vida em Primeiro Lugar” e visava chamar atenção para o problema da desigualdade, tornando visível a face dos ignorados pela sociedade e buscando alternativas para a inclusão social.

Veja o texto “Igreja Católica e política no Brasil” do sociólogo Luiz Eduardo Wanderley, na edição nº 40 da Revista Teoria e Debate.

Em 1997, o fotógrafo Dino P. dos Santos acompanhou a marcha em Aparecida do Norte (SP). No ano seguinte, Douglas Mansur clicou o evento na mesma cidade. Em 1999, foi o fotógrafo Roberto Parizotti que registrou o Grito dos Excluídos em Aparecida. As imagens hoje fazem parte do acervo do Centro Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Perseu Abramo. Elas podem ser consultadas digitalmente, assim como cartazes das edições de 1998, 2003 e 2007 diferentes edições do Grito dos Excluídos.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual mantido pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.

`