Estados Unidos: Biden escolhe sua candidata a vice-presidente
O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou no dia 11 de agosto que escolheu a senadora pela Califórnia, Kamala Harris, como sua candidata a vice-presidente na chapa. Ela estava numa lista de doze possíveis candidatas, todas mulheres, incluindo a também senadora e concorrente nas primárias, Elisabeth Warren, a ex-representante dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, entre outras. Que fosse uma mulher era um critério já anunciado anteriormente.
Kamala Harris, antes de se eleger senadora em 2017, foi procuradora do estado. Foi também pré-candidata a presidente pelo Partido Democrata. Em dezembro ela desistiu e em março anunciou endosso à candidatura de Biden. Embora tenha posições progressistas sobre vários temas, não é ligada à ala de esquerda do Partido Democrata. Seu perfil seria mais centrista, embora um pouco mais à esquerda que Biden. Além de mulher, é de descendência africana por parte do pai jamaicano e indiana por parte da mãe, ambos ativistas pelos direitos civis nos Estados Unidos. Embora, nenhum candidato a vice defina a eleição nos no país, o seu perfil reforça a chapa entre as mulheres que compõem 55% do eleitorado e onde Biden se encontra 20% à frente de Trump e entre os afrodescendentes, onde 80% apoiam o candidato democrata.
Ao que tudo indica, Trump por sua vez não trocará seu candidato a vice, o atual Mike Pence, que terá em Harris um “osso duro de roer” nos debates com ela. Trump sentiu o golpe e reagiu à indicação de Harris chamando-a de “esquerdista” e “falsa” por ter sido ambígua quanto à proposta de criação de um sistema público e universal de saúde nos Estados Unidos, uma proposta de Bernie Sanders, e por ter criticado Biden num debate quando ela ainda concorria à indicação democrata à presidência no ano passado.
As pesquisas continuam indicando Joe Biden na dianteira da corrida presidencial, embora a retórica agressiva de Trump possa causar alguma reação do republicano e o resultado também depende do nível de comparecimento no dia da eleição. Não é à toa que Trump bate duro no sistema de voto por correspondência, pois aumenta o número de votantes, o que favoreceria os democratas, e tem insinuado que pode não reconhecer o resultado.