Há 11 anos realizava-se a Primeira Cúpula do Bric, bloco político e econômico formado pelas então quatro principais potências emergentes no mundo: Brasil, Rússia, Índia e China. O bloco surge, sob iniciativa do Brasil e da Rússia, num cenário de multipolaridade internacional que vem substituindo a supremacia europeia e norte-americana pela coexistência com as potências emergentes.

Planejado desde 2006, o Bric teve papel fundamental na consolidação do G-20 como principal fórum global de debate econômico, com protagonismo dos países emergentes no enfrentamento da crise por meio de políticas econômicas anticíclicas.

Sua atuação se basearia em dois eixos principais: a articulação em instâncias multilaterais sobre temas de interesse comum e a construção de uma agenda de cooperação.

Outra conquista do bloco foi avançar na reforma das instituições financeiras internacionais, com foco na amplificação da voz dos países emergentes nessas instituições. Um dos principais resultados atingidos seria a reforma das cotas de participação no FMI e no Banco Mundial, que beneficiariam não apenas os quatro países do bloco, mas vários outros em desenvolvimento.

No plano político, a ideia era que o Bric aprofundasse o diálogo e a negociação internacional em torno de temas de interesse comum, como a reforma das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança, a erradicação da pobreza, a mudança climática e o cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Após a criação do BRIC no segundo governo Lula, o Partido dos Trabalhadores refletiu a sua importância em suas decisões através das resoluções do partido. Em seu 4º Congresso, o PT afirma que “Desde a vitória do presidente Lula, medidas inovadoras passaram a ser adotadas, graças à nova compreensão do governo federal com respeito à geração e sustentação do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, com inclusão social, com ampliação da participação popular e com uma política externa soberana, que priorizou a América do Sul, tendo o País participação criativa na Unasul, com a valorização dos chamados BRICs, reconhecidos o multilateralismo e um novo protagonismo nos fóruns internacionais”.

Veja também as resoluções do e Congresso Nacional do PT arquivadas pelo CSBH que trazem a importância do BRIC em seu texto.

Em abril de 2011, a terceira cúpula oficializaria a nova sigla, Brics, com a admissão da África do Sul. O ingresso dessa nação africana ampliaria a representatividade do grupo, consolidando-o como um bloco diplomático integrado por representantes de quatro continentes multiculturais, unidos em torno de projetos para construção do multilateralismo e do respeito ao direito internacional.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula e da Fundação Perseu Abramo, dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

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