Prefaciado por Lula e publicado em 2014, o livro Como enfrentar a pobreza e a desigualdade? – Uma Perspectiva Internacional, de Bernardo Kliksberg, ajuda a compreender as razões da fome e da miséria no mundo, decorrentes da distribuição profundamente desigual da riqueza. Ao mesmo tempo, o autor indica perspectivas para superação deste problema, que só piorou desde a publicação, e valoriza o papel da educação, das mulheres e da participação política nos processos de inclusão social.

Organizado em 22 capítulos, o livro discorre sobre a fome, a deficiência de saneamento básico, mortalidade infantil e materna, a falta de perspectiva para a juventude, discriminação de gênero, mudanças climáticas e o aumento da concentração de renda que se colocam como determinantes para a vida e a morte das pessoas em vários países.

O autor aborda a educação como estratégia essencial para a superação das desigualdades e a forma como tem sido sucateada pelo neoliberalismo, com escassez de recursos e dificuldade de acesso para a maioria das populações vulneráveis.

No capítulo que discorre sobre a disparada da insegurança pública, questiona o discurso recorrente de que o problema possa ser resolvido por meio de instrumentos legislativos tais como a antecipação da maioridade penal, que levaria ao aumento do encarceramento de adolescentes e jovens, e o aumento das penas no geral. E traz, no contraponto, experiências bem-sucedidas, como a criação de orquestras sinfônicas para crianças e jovens pobres na Venezuela, que se apresentaram com grande êxito nos principais cenários musicais do mundo.

No tópico sobre saúde pública, aborda temas como as causas do aumento da obesidade, a indústria tabagista e alguns determinantes sociais que levam ao aparecimento e proliferação das doenças.

Embora as análises tenham sido realizadas há alguns anos, uma constatação do livro se confirma com ascensão dos governos de extrema-direita que vêm se afirmando em seus discursos genocidas: “a crise econômica mundial não é conjuntural ou obedece a meros desajustes financeiros corrigíveis, como costumam argumentar os economistas ortodoxos… Suas razões são estruturais. Como se viu, o modelo, no seu conjunto, não funciona. Não dá respostas ao que mais interessa às pessoas: o emprego, a inclusão, a saúde, a educação. Deixa os cidadãos à intempérie e expulsa amplos setores do sistema”. Baixe a publicação aqui.

Título: Como enfrentar a pobreza e a desigualdade? – Uma Perspectiva Internacional
Autor: Bernardo Kliksberg

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