Paulo Fonteles, ex-deputado, sindicalista e advogado de trabalhadores rurais no Pará, foi assassinado por pistoleiros em frente a um posto de gasolina, em Ananindeua, município próximo a Belém há 33 anos. Sua morte causou grande comoção na região e em todo o país. Os mandantes e executores de seu assassinato nunca foram punidos.

Por seu trabalho em defesa dos camponeses e dos trabalhadores rurais, Fonteles, militante do PCdoB, era chamado de “advogado do mato”. Mesmo recebendo ameaças constantes e figurando na lista dos militantes marcados para morrer, sempre enfrentou os desmandos dos latifundiários da região, organizados em torno da União Democrática Ruralista (UDR).

O Boletim Nacional do PT, de julho de 1987, arquivado pelo Centro Sérgio Buarque de Holanda, traz um texto do advogado Luis Eduardo Greenhalgh que dá uma dimensão real da dificuldade de ser militante político na ditadura.

“Embora absolutamente saturado de escrever em memória de companheiros assassinados brutalmente na defesa de nossos direitos (Santo Dias, Orlando e Sybele, Josimo, Wilson Pinheiro, Margarida Alves e tantos outros), quero deixar aqui mais essa homenagem, na esperança de que seja a última vez (embora saiba que não).” Leia o texto completo na página 5.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual das lutas democráticas do povo brasileiro, mantido pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.

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