É recente o debate sobre juventudes. Elas mesmas, do ponto de vista de direitos e especificidades, são vistas como objeto específico de estudo faz pouco tempo. Até bem recentemente, jovens não eram autorizados a ter opinião, escolher, definir o que queriam ou não. Eram jovens… Alguns destes já envelheceram sem que a sociedade brasileira como um todo veja e entenda que o futuro deveria estar focado neste setor.

No entanto, o que temos no Brasil é um país que vem cercando as juventudes, seja pela falta de oportunidade no mercado de trabalho ou no mundo acadêmico, seja pelo genocídio que continua vitimando jovens negros e negras nas periferias e também nos centros de todo o Brasil.

Para somar esforços na construção de um caminho mais tranquilo e justo para as juventudes, a Editora da Fundação Perseu Abramo publicou, em 2019, o “Juventude no Brasil”, livro organizado por Laura Martins e Luis Fernando Vitagliano. A coletânea apresenta as várias juventudes e mostra que são os jovens os primeiros a sofrer com as consequências das deficiências estruturais e dos retrocessos políticos atuais.

“A juventude esteve e está presente na história não apenas como parte, mas como protagonista das lutas e revoluções que mudaram os rumos do mundo. É o jovem que carrega em si a qualidade do sonho do futuro cheio de expectativas, assim como um presente de grandes possibilidades”, diz a publicação.

Com dez artigos, a publicação aborda temas como a juventude da periferia, os novos sujeitos, genocídio dos jovens negros, mercantilização, consumo e degradação do trabalho, os desafios do movimento estudantil hoje, juventude camponesa, agenda governamental, jovens mulheres, a juventude negra que (re)existe e luta e a latino-americana e os movimentos sociais contemporâneos.

Os textos são de Anderson Campos, Clédisson Júnior, Coletivo Nacional de Juventude do MST, Erik Bouzan, Filipe Rodrigues, Juliane da Costa Furno, Luana Alice Forlini, Luiza Dulci, Matias Rebello Cardomingo, Rodrigo Toneto, Severine Macedo e Tamires Sampaio.

“É através da compreensão dessa juventude, com olhar atencioso e com senso de prioridade, que transformaremos a sociedade. O que queremos fazer aqui é colocar o jovem onde ele pertence e merece estar: na linha de frente da política. E para isso precisamos começar entendendo de onde viemos e para onde estamos indo. Entre tantas reviravoltas que a política brasileira vive atualmente, qual o papel das organizações de juventude? É o que buscamos entender nesse livro”, anunciam os organizadores da publicação.

Boa leitura.

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