No mundo todo, muitos têm encarado a pandemia como uma oportunidade de reafirmar a importância de políticas sociais universais, ou seja, uma oportunidade de reafirmar o papel do Estado na redução das desigualdades. Se essas políticas são relevantes no resto do mundo, são especialmente importantes no Brasil, país profundamente desigual fundado no escravismo, ainda presente em nosso cotidiano: observe, por exemplo, em quais grupos se registra maior mortalidade da Covid-19.

Se o contexto de pandemia mostra a importância do Sistema Único de Saúde, a crise econômica aprofundada pela política de isolamento para contenção da transmissão do novo coronavírus tornou central na agenda política a discussão sobre a implantação de uma política de renda básica universal, aquilo que a economista Maria da Conceição Tavares já apontava no último artigo da coletânea “Maria da Conceição Tavares: vida, ideias, teorias e políticas”, organizada por Hildete Pereira de Melo e publicada em 2019 pela Fundação Perseu Abramo (clique aqui para baixar gratuitamente).

Aliás, seria difícil pensar historicamente a importância do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e social no Brasil sem passar pela obra da economista, que pesquisa e interpreta o país já há mais de seis décadas, sempre interessada em encontrar formas de superar nossas mazelas, principalmente nossas profundas desigualdades.

Maria da Conceição Tavares certamente tem muito a ensinar sobre como superar a crise atual e lê-la é mais do que nunca necessário.

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