A edição de fevereiro do Boletim de Análise da Conjuntura chega no momento em que as falsas promessas do governo federal de que haveria retomada do crescimento econômico caem por terra, a ação das milícias e sua ligação com a família Bolsonaro se torna cada vez mais explícita e parte da imprensa tradicional brasileira está em guerra com o presidente. Nas ruas, preparam-se manifestações em defesa da democracia e dos direitos sociais, por um lado, ao passo que a extrema direita promete ir às ruas contra o Congresso Nacional.

A seção Internacional trata das eleições primárias democratas nos Estados Unidos, da situação política e social na América Latina, de conflitos no Oriente Médio e do processo de mobilização na Índia.

O calendário de desmonte das estatais para o próximo biênio, com intensificação do processo de privatizações e enxugamento de empresas públicas é o tema da seção Estado,que mostra um cenário de redução de participações acionárias, abertura de compras governamentais para empresas estrangeiras, venda de empresas subsidiárias e transferência do Programa de Parcerias e Investimentos para o Ministério da Economia.

A seção de Política e Opinião Pública relata as recentes mudanças ministeriais e do papel dos militares no Planalto. Também aborda o conflito aberto entre Executivo e Legislativo, em especial o discurso bolsonarista antidemocrático que norteia as manifestações convocadas para o dia 15.

A agenda do Supremo Tribunal Federal é o tema em Judiciário. Não há um procedimento explícito que defina os temas a serem discutidos, o que, em uma conjuntura de instabilidade institucional, impossibilita à Suprema Corte trazer as respostas necessárias para a retomada da democracia no Brasil.

Em Segurança Pública, uma análise de dois eventos que levam a refletir sobre a relação das polícias com seus respectivos governos estaduais e o bolsonarismo: o assassinato do miliciano, o ex-capitão da polícia fluminense Adriano da Nóbrega na Bahia; e o motim da polícia no Ceará, que paralisou as forças de segurança por treze dias no estado.

Na análise Social, o dados do mercado de trabalho mostram que a desocupação tem caído no país devido à inatividade, ou seja, porque muitos brasileiros e brasileiras se retiraram do mercado. Também são temas o desmonte na proteção social no Brasil e a intensificação dos ataques à liberdade acadêmica e à educação.

A reversão das expectativas otimistas sobre o possível crescimento do PIB em 2020 é o assunto da seção Economia, com a indicação de mais um ano pífio que aponta para o acirramento das tensões dentro da cúpula do governo e a crescente insatisfação com a política econômica de Paulo Guedes.

A análise Territorial mostra como a composição do Conselho da Amazônia, a MP da grilagem, as discussões nos fóruns internacionais, os projetos de lei do licenciamento ambiental e também da exploração de reservas indígenas podem afetar a realidade brasileira, como parte das medidas do governo Bolsonaro que ameaçam o meio ambiente e os povos indígenas.

Em Comunicação, são temas o acirramento dos conflitos da mídia tradicional brasileira com Bolsonaro, a repercussão nas redes sociais dos ataques misóginos do presidente à jornalista da Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello e os principais assunto noticiados sobre o Brasil na imprensa internacional.

Por fim, Movimentos Sociais aborda a paralisação dos petroleiros, que durante vinte dias enfrentaram um Executivo truculento, a indiferença da mídia, a perversidade do Judiciário e apatia da população, além das nova disputa nas ruas que virão em março.

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