Petroleiros debatem proposta do TST, que pede suspensão da greve
Na tarde desta quarta-feira, 19 de fevereiro, o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) está reunido para debater como reagir à proposta de negociação apresentada pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho. Gandra condiciona a realização de uma reunião na próxima sexta-feira, que daria início ao processo de negociação, à suspensão da greve.
A greve dos petroleiros chega ao seu 19º dia, e a Petrobras permanece irredutível. Além de não revogar as mil demissões da unidade de fabricação de nitrogenados no Paraná, que são a principal razão da paralisação, a direção da empresa não abre negociações, não responde a pedidos de informação encaminhados pelo comando do movimento e continua convocando os trabalhadores , por carta, para que se tornem fura-greve, além de ter contratado temporários para cobrir as ausências dos grevistas nos locais de trabalho.
Outro problema se avizinha. Se atingir 30 dias, a greve pode levar a empresa a iniciar demissões por abandono de emprego. Enquanto isso, o próprio TST e o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Tóffoli tomaram decisões contrárias à greve, que a FUP está questionando na Justiça. Por outro lado, há divergências no interior da Justiça do Trabalho quanto ao movimento. Na terça, dia 18, a a desembargadora Rosalie Michaele Bacila, do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, decidiu suspender as demissões até o dia 6 de março.
Com parte do esforço para obter apoio, os petroleiros mantêm um grupo de lideranças em Brasília, percorrendo gabinetes. Parlamentares do PT, do PcdoB, do Psol e outros partidos têm se posicionado em apoio e buscado espaço para encaminhar soluções.
Para interromper a greve, a FUP elenca suas exigências:
– suspensão das medidas arbitrárias e unilaterais por parte da empresa
– negociação (não desconto) dos dias parados
– suspensão das multas aos sindicatos e volta do repasse das mensalidades voluntárias dos sindicalizados (punições atribuídas por decisões do TST e do STF)
– suspensão das demissões na fábrica de Araucária