O presidente Jair Bolsonaro anunciou mudanças em seu ministério. O então ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi realocado da Casa Civil da Presidência para o ministério da Cidadania, que era ocupado até então por Osmar Terra (MDB-PR). Para a vaga de Onyx, Bolsonaro nomeará o general da ativa Walter Souza Braga Netto. O presidente também nomeou o almirante Flávio Augusto Viana Rocha para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, que agora ficará na estrutura direta da Presidência da República.

Será a primeira vez em 35 anos que um militar comandará a Casa-Civil da Presidência da República: o último havia sido o general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa-Civil durante o governo Figueiredo (1979-1985).

Essas movimentações demonstram que os militares vêm ganhado cada vez mais força e espaço na estrutura de articulação e coordenação política do governo, enquanto civis com trânsito no parlamento perderam espaço ou até sua função: Osmar Terra, por exemplo, sairá do governo e deve reassumir seu mandato de deputado federal, enquanto Lorenzoni tomará da pasta responsável pela execução de políticas públicas como o Programa Bolsa Família.

A ala ligada ao autointitulado filósofo Olavo de Carvalho também se enfraqueceu: diversas atribuições de formulação estratégica internacional foram deslocadas da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais, chefiada por Filipe Martins, indicado por Olavo, e ficarão a cargo da a Secretaria de Assuntos Estratégicos, agora sob comando militar.

O general Braga Netto, que está na ativa, comandou em 2018 a intervenção federal no Rio de Janeiro. Além da Casa-Civil, o Gabinete de Segurança Institucional, a Secretaria-Geral da Presidência e a Secretaria de Governo têm militares como titulares das pastas, respectivamente: o General da reserva Augusto Heleno, o capitão reformado da PM Jorge Antônio de Oliveira e o general da ativa Luiz Eduardo Ramos.

No começo de fevereiro, o governo já havia feito uma alteração na Esplanada: Gustavo Canuto deixou de ser ministro do  Desenvolvimento Regional e assumiu o Dataprev. Para seu lugar, foi nomeado Rogério Marinho (PSDB-RN).

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