Um conjunto de representações de movimentos sociais, de organizações da sociedade civil e da academia entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Homero Cerqueira. Entre as entidades que assinaram a solicitação estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Greenpeace.

O objetivo da representação na PGR é apurar possíveis crimes ambientais em torno da suspensão da fiscalização da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex) no Acre. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a medida do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ocorreu quase um mês após a realização de uma reunião com grileiros e infratores ambientais que reclamaram de ações fiscalizadoras dos agentes do ICMBio na reserva extrativista. Ocorrida em 4 de novembro de 2019, em Brasília, a reunião com o ministro contou com a participação do autor de uma ameaça de morte contra um servidor do ICMBio, um acusado de abrir uma estrada ilegal na reserva, um condenado por desmatamento e uma fazendeira com haras para atender seringueiros em uma unidade de conservação.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a reserva perdeu 74,5 km2 de floresta em 2019 – uma elevação de 203% em relação ao ano anterior. Ao invés do governo beneficiar infratores do agronegócio, deveria pensar nas reservas como meio de desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis para os povos da floresta, entre elas a extração de sementes, manejo comunitário da floresta, produção de mel, látex e agricultura de subsistência.

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