Há dezessete anos, trinta dias após assumir o governo, Lula lançou o Programa Fome Zero, cujo desafio era integrar políticas estruturais e emergenciais no combate à fome. Com essa medida, o presidente começou a pôr em prática a principal bandeira de sua plataforma eleitoral e de sua trajetória política.

No Brasil do início de 2003, 44 milhões de pessoas viviam com menos de um dólar ao dia, em situação de insegurança alimentar. Até janeiro de 2004, o programa beneficiaria onze milhões de pessoas em 2.369 municípios, concentrados especialmente no semiárido e nas regiões mais pobres do Nordeste brasileiro. Nesse período, seria criado o Cartão Alimentação, para possibilitar às famílias a compra direta de alimentos, e o Programa de Aquisição de Alimentos, com compras públicas dirigidas para a agricultura familiar.

O Programa Fome Zero enfrentaria sérias dificuldades em sua implementação, especialmente na articulação com as demais políticas de seguridade social. Mesmo assim, a experiência de garantir renda mínima para as populações mais pobres se aprofundaria e seria o embrião do Bolsa Família, lançado em janeiro de 2004, que se tornaria o maior e mais bem-sucedido programa de transferência de renda do mundo.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual das lutas democráticas do povo brasileiro, que é mantido pela Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lula.

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