Em tempos de aumento da pobreza e da precarização e de alto desemprego, o governo tem reduzido os instrumentos para dar apoio à população em momentos de dificuldades.

São diversas as áreas que têm sofrido com cortes e redução da cobertura. O Programa Bolsa Família passou a ter menor cobertura em 2019, chegando a 13,1 milhões de beneficiários em dezembro. Esta não é uma boa notícia e não significa que famílias antes miseráveis passaram a não precisar mais do benefício, pois hoje há em torno de quinhentas mil pessoas na fila de espera. Também, se até junho de 2019 eram concedidos cerca de 260 mil benefícios por mês, desde então o ritmo de concessão de benefícios caiu para cinco mil.

No INSS são 1,3 milhões de idosos esperando que seus pedidos de benefícios sejam analisados, o que – especula-se – pode ter levado à queda do presidente do INSS . E o auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda, que é grande alvo de fake news e foi bastante criticado por Jair Bolsonaro, recuou para o atendimento de 31,7 mil famílias em 2019, menor cobertura desde 2010.

Em momento de carência da população brasileira, com aumento da pobreza e com alto desemprego, o país tem reduzido sua rede de proteção social. Com isso, o governo Bolsonaro tem sofrido críticas até mesmo por parte de economistas ligados ao campo liberal, como Blanko Milanovic, especialista em desigualdade e ex-economista chefe do departamento de pesquisa do Banco Mundial, que aponta que o desmonte das conquistas brasileiras dos últimos quinze anos relativas à educação, ao salário mínimo e às transferências sociais pode levar a um aumento das desigualdades no Brasil.

Em tempos de carência, Brasil reduz proteção social