Um estudo do Observatório do Clima, divulgado na última quinta-feira, indicou que não foi a poluição dos grandes centros urbanos e nem a fumaça de grandes indústrias ou usinas, e sim o desmatamento, o principal responsável pelo total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil em 2018, correspondendo a quase metade (44%) do total. Os estados do Pará e de Mato Grosso foram os maiores poluidores do país.

O fator que faz com que o desmatamento tenha tamanha influência na poluição do globo decore do grande poder das árvores de absorverem dióxido de carbono (CO2) ao se desenvolverem. E este é o principal gás gerador do efeito estufa. Ao queimá-las, além de cessar este processo, todo o CO2 então armazenado nas mesmas é liberado, e aumenta sua concentração na atmosfera.

O efeito estufa é algo natural e essencial para a vida no planeta, pois retém o calor solar e mantém a temperatura média da Terra. No entanto, o excesso de CO2 faz com que o mesmo retenha mais calor do que o necessário e aumente a temperatura média do planeta, gerando o derretimento das calotas polares, que aumenta o nível das águas dos mares, além de alterações climáticas, como excessos de chuva ou períodos de seca mais longos em algumas regiões, gera aumento de doenças tropicais e proliferação de insetos nocivos transmissores de doenças, bem como modificações em vegetações e biomas.

O desmatamento em 2018 foi grande, cerca de 8% superior ao de 2017. No entanto, há maior preocupação com os resultados para 2019. Segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), compilados até o dia 31 de outubro, a área desmatada em 2019 cresceu 83% em relação ao mesmo período de 2018. Algo que não muda é o negacionismo governamental. Ao saber deste estudo do Observatório do Clima, o Ministério do Meio Ambiente declarou, em nota, que ele trata-se apenas de uma “panfletagem política”.

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