O Governo Federal suspendeu a fiscalização dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, a segunda unidade de conservação mais desmatada deste ano. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a reserva perdeu 74,5 km2 de floresta em 2019 – uma elevação de 203% em relação ao ano anterior.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a medida do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ocorreu quase um mês após a realização de uma reunião com grileiros e infratores ambientais que reclamaram de ações fiscalizadoras dos agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na reserva extrativista. Ocorrida em 4 de novembro de 2019, em Brasília, a reunião com o ministro contou com a participação do autor de uma ameaça de morte contra um servidor do ICMBio, um acusado de abrir estrada ilegal na reserva, um condenado por desmatamento e uma fazendeira com haras em uma unidade de conservação criada para atender a seringueiros.

Vale ressaltar que a finalidade das reservas extrativistas não é beneficiar grandes proprietários de terra infratores, e sim estimular o desenvolvimento de atividades econômicas voltadas para a sustentabilidade da população tradicional residente na localidade. Entre as possibilidades de geração de renda para os povos da floresta que habitam as reservas estão a extração de sementes florestais, manejo florestal comunitário, agricultura de subsistência, produção de mel, látex e castanha.

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