O processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, avançou mais um passo na terça-feira, dia 3 de dezembro. Segundo relatório produzido por três Comissões da Câmara dos Deputados, Trump teria utilizado seu cargo para benefício próprio ao tentar interferir nas próximas eleições, que acontecerão em 2020, prejudicando um dos seus prováveis adversários, o democrata Joe Biden.

O inquérito contra Trump foi aberto em setembro pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi, dos democratas. O propósito era investigar se o presidente cometeu crime ao pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para levantar informações sobre Biden e seu filho, Hunter. Desde então, várias pessoas ligadas ao governo foram convocadas para depor e, durante esse processo, Trump tentou atrapalhar as investigações, o que culminou em uma acusação de obstrução de justiça.

Na transcrição do áudio da conversa entre Trump e Zelensky, que já havia sido liberado em setembro e que foi o estopim para a abertura do inquérito de impeachment, fica claro o pedido de ajuda para investigar, conjuntamente com Rudy Giuliani e o procurador-geral William Barr, se Biden esteve envolvido no encerramento de inquérito sobre a empresa de gás ucraniana que seu filho trabalhava. Essa ligação ocorreu logo após Trump congelar quatrocentos milhões de dólares de ajuda para a Ucrânia, dinheiro que já havia sido aprovado pelo Congresso.

No relatório de trezentas páginas divulgado, que agora vai passar pela Comissão de Justiça e ela irá decidir se o levará para votação no plenário, é concluído que Trump utilizou de seu cargo para obter vantagens pessoais ao tentar interferir a seu favor nas próximas eleições, passando por cima das instituições e das prerrogativas da presidência. Se o relatório avançar e passar pela Câmara, de maioria democrata, ele irá para votação no Senado no qual precisará de dois terços para ser aprovado. O problema é que essa Casa legislativa é comandada por maioria republicana.

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