Foi no dia 1º de dezembro de 1980, ainda na ditadura, que o Partido dos Trabalhadores conquistou, sob o número 10.965, seu registro provisório no Tribunal Superior Eleitoral. Com o mote Registrar o Partido e Organizar os Trabalhadores, essa foi a primeira conquista do recém-formado partido. O registro definitivo seria conquistado em fevereiro de 1982 sob o número 11.165.

O Centro Sérgio Buarque de Holanda, que abriga o acervo histórico do Partido dos Trabalhadores, guarda em seu acervo a foto de Mauro di Deus, que registra a entrega do pedido de registro provisório com Manoel da Conceição, Luiz Cechinel, Wagner Benevides, Luiz Inácio Lula da Silva, Olívio Dutra, Wanderly Farias, Jacó Bittar, José Ibrahim, Antônio Carlos de Oliveira, Hélio Doyle, Apolônio de Carvalho, Airton Soares, Freitas Diniz, Altino Dantas Junior, José Mentor, João Salles e Joaquim Arnaldo.

Desde outubro de 1978, a criação de um Partido dos Trabalhadores vinha sendo discutida, quando Lula lançou a tese no 3° Congresso dos Trabalhadores Metalúrgicos, no Guarujá (SP), sob o argumento de que os trabalhadores precisavam eleger seus próprios representantes no Congresso Nacional. Em 13 de outubro de 1979 foi eleita a Comissão Nacional provisória do Movimento Pró-PT, coordenada por Jacó Bittar, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas (SP). Dirigentes sindicais como Olívio Dutra, Manuel da Conceição e Luiz Dulci eram maioria na comissão.

O Manifesto do Partido dos Trabalhadores é aprovado na reunião de fundação da legenda no auditório do Colégio Sion, no dia 10 de fevereiro de 1980, em São Paulo. O documento afirma que o PT “surge da necessidade sentida por milhões de trabalhadores brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la”. Propõe mobilizar os trabalhadores da cidade e do campo não apenas nos períodos eleitorais e organizá-los para “construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores”.

 

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