Negligenciado pela mídia, o Haiti também passa por protestos, assim como Chile, Bolívia, Equador e Peru recentemente. No país da América Central, a população se organiza e protesta contra o governo de direita de Jovenel Moise, do partido Haitian Tèt Kale Party, desde 2018, sendo que nos últimos dois meses as manifestações se intensificaram e pelo menos 42 pessoas morreram.

A principal motivação para os protestos é a baixa qualidade de vida. O Haiti é considerado o país mais pobre do continente americano. Medidas neoliberais que são impostas pelo Fundo Monetário Internacional, o FMI, bem como a pressão feita pelo imperialismo americano para que os haitianos continuem submissos, são as causas elencadas pelos manifestantes para o péssimo desenvolvimento nacional. O atual presidente, Moise, é apoiado pelos Estados Unidos e defende as políticas do FMI.

Outro estopim para os protestos é a suspeita de corrupção por parte de Moise depois que um relatório do Tribunal de Contas do Haiti, do começo de 2019, informou que ele e sua equipe próxima poderiam ter desviado dinheiro destinado à reconstrução do país após o terremoto de 2010 e para política sociais. Por isso, a renúncia do presidente também é exigida.

A Venezuela fornece petróleo subsidiado para alguns países americanos para ajudar o desenvolvimento destes. Com isso, o governo do Haiti, por exemplo, poderia ter mais lucro na venda da gasolina e, com esse dinheiro, financiar obras para reconstruir o país e outras políticas sociais. Entretanto, o possível desvio desse dinheiro, somado com a crise venezuelana, culminou em falta de combustível em vários locais, além de nenhuma melhora na vida da população.

No Haiti, assim como acontece no Chile e como aconteceu no Equador recentemente, a população se revolta contra medidas neoliberais e governos que as defendem, só piorando a qualidade de vida dos mais pobres. E vale lembrar que essas medidas são as mesmas que o governo de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, querem para o Brasil.

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