A moratória da soja, mecanismo importante para frear o plantio da leguminosa em áreas recém-desmatadas da Amazônia, corre o risco de ser suspensa. Apontam para isso as explícitas e recentes declarações da Casa Civil, do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para quem esta “moratória é um absurdo”.

A moratória da soja foi criada durante o governo Lula, em 2006, e prorrogado indeterminadamente pela ex-presidenta Dilma em 2016, e consiste em um acordo com as duas maiores entidades representativas dos produtores de soja, a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec), que, juntas, controlam 94% da soja produzida no país. Pelo acordo, os filiados às entidades são obrigados a não comercializar soja originária de áreas amazônicas oriundas de desmatamento.

Os argumentos governistas são os de sempre: de que ao mantê-la atenta-se contra à soberania nacional e impede o desenvolvimento dos municípios e da nação, pois a mesma impediria o direito ao plantio dos que querem plantar, e reduziria a consequente geração de empregos. No entanto, além do aspecto ambiental, o governo parece esquecer que esta atitude pode colocar a soja brasileira na lista suja dos destruidores da floresta e prejudicar as exportações da mesma.

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