Os fragmentos e placas de petróleo cru, que se deslocam rumo sul desde o litoral nordestino, chegaram à cidade de Vitória (ES) na última sexta-feira, dia 15 de novembro. Ao mesmo tempo eles voltaram a aparecer em diversas praias nordestinas que já haviam sido superficialmente limpas. Se tais fragmentos continuarem a se locomover, mesmo que em uma velocidade média pouco inferior à atual, eles devem chegar às praias cariocas até o período natalino.

A corrente marítima Brasil, que segue pela costa brasileira desde o Nordeste até o sul da América do Sul, é a que está carregando estes dejetos de petróleo de cidade em cidade. Ela corre como um rio a centenas de metros de profundidade a uma velocidade média de 1,4 quilômetro por hora, que pode variar em decorrência de uma série de fatores geográficos. Ao se calcular a velocidade de deslocamento das manchas de óleo, a partir das datas em que elas foram surgindo nas cidades, desde o norte baiano até a capital capixaba, chegou-se à conclusão de que as mesmas se locomoveram a uma velocidade média de 1,2 quilômetro por hora.

Como o último trecho marítimo mensurado, entre as praias atingidas nas cidades de São Mateus (ES) e Vitória (ES) e que distam entre si cerca de 190 quilômetros, foi percorrido ao longo de oito dias, esta velocidade reduziu-se para um quilômetro por hora. Desta forma, utilizando-se desta velocidade para a estimativa, e com a ciência de que fatores geográficos como vento, maré, chuvas e outros possuem uma influência aqui não contabilizada, pode-se concluir que dentro de dois dias os fragmentos de óleo chegariam, infelizmente, às praias de Guarapari (ES).

Em consequência, caso a velocidade não se abrande, próximo ao dia 25 deste mês o óleo poderia chegar ao estado do Rio de Janeiro, seguindo poucos dias depois para a cidade de Campos de Goytacazes (RJ), para Cabo Frio (RJ) próximo ao dia 8 de dezembro e para as praias da cidade do Rio de Janeiro em data próxima ao dia 24 de dezembro.

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