Divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os recém-lançados dados do Censo Agropecuário 2017 apontaram aumento da desigualdade fundiária brasileira. No Brasil, 1% dos estabelecimentos agropecuários concentrava quase metade da área rural ocupada para fins econômicos. Essas informações demonstram a importância da retomada das políticas públicas voltadas para a agricultura familiar e para a reforma agrária desenvolvidas pelos governos de Lula e Dilma

No período entre censos se observou aumento da concentração de terra no campo. Em 2017, o país possuía mais de 51.203 estabelecimentos com mais de mil hectares, que representavam apenas 1% do total, mas concentravam 47,6% da área ocupada pelos estabelecimentos. Em 2006, essa participação era de 45%. Entre 2006 e 2017, o grupo de grandes estabelecimentos obteve um aumento de 3.625 estabelecimentos e de 17,08 milhões de hectares.

Por sua vez, os estabelecimentos situados na faixa entre 100 e 1000 hectares perderam participação na área total, passando de 33,8% para 31,9%, entre 2006 e 2017. Em igual período, os estabelecimentos com menos de 100 hectares sofreram uma leve redução de participação da área ocupada, passando de 21,2% para 20,4%.

O cenário de concentração fundiária do país poderia ter sido bem pior se não fossem as políticas públicas dos governos de Lula e Dilma voltadas para o campo. Segundo dados do Instituto Lula, os governos petistas promoveram um aumento significativo dos assentamentos, nos quais 771 mil famílias receberam o título de propriedade de terras, correspondente a mais da metade do total de beneficiados em toda a trajetória da reforma agrária realizada pelo Estado brasileiro. O PT criou 3.902 assentamentos distribuídos por todas as unidades federativas brasileiras, o equivalente a 51 milhões de hectares.

As gestões petistas também unificaram os grupos em torno da agricultura familiar e da produção agroecológica, com participação de pequenos agricultores, assentados da reforma agrária, povos indígenas, quilombolas, extrativistas e demais comunidades tradicionais. No período, foram elaboradas estratégias reais de fortalecimento da agricultura familiar ao buscar garantir aos pequenos produtores politicas públicas para acesso à terra, regularização fundiária, crédito produtivo rural, assistência técnica e extensão rural (Ater) e acesso à comercialização via compras institucionais.

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