O embaixada da Venezuela em Brasília foi invadida por apoiadores do golpista Juan Guaidó que, desde o começo deste ano, tenta sem sucesso tirar Nicolás Maduro do governo e assumir a presidência. Alguns membros do Itamaraty, bem como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, apoiaram a invasão e a saída dos representantes oficiais venezuelanos do local.

A invasão e o eventual apoio ou omissão do governo brasileiro, que já reconhece Guaidó como o presidente da Venezuela, podem gerar mais repercussões negativas para a diplomacia brasileira. A primeira delas é que também existe uma embaixada brasileira em Caracas e ela poderá sofrer retaliação, colocando a segurança dos diplomatas brasileiros em risco.

Além disso, o Brasil estaria desrespeitando a Convenção de Viena de 1961, que trata sobre a atividade diplomática. Segundo as regras internacionais, a manutenção da integridade das embaixadas que estão em Brasília é de responsabilidade do governo brasileiro, lembrando que os embaixadores são considerados a representação mais importante dos países em território estrangeiro, fora o chefe de Estado.

Por último, a invasão aconteceu no primeiro dia da reunião da Cúpula dos Brics, em Brasília. Dentro do bloco, formado por Brasil, Índia, África do Sul, Rússia e China, os dois últimos apoiam Maduro, o que poderá gerar atritos durante o evento. Jair Bolsonaro, nos encontros anteriores com o presidente russo Vladimir Putin e com o chinês Xi Jinping, fez a opção de deixar o tema Venezuela de lado. Na reunião do G20 no Japão, por exemplo, o brasileiro não fez críticas a Maduro para não provocar Putin.

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