No Brasil pós-2015, “o de cima sobe e o de baixo desce”. É o que mostra texto de Rogério Jerônimo Barbosa no boletim de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Segundo cálculos do autor, o grupo dos 10% mais ricos da população recebia cerca de 49% do total da renda efetiva do trabalho em 2014 (parcela que vinha caindo ao longo dos anos anteriores). No entanto, no início de 2019, sua fração cresce para 52%. “Isso significa que o topo da distribuição chega ao pós-crise não apenas recuperando suas perdas, mas também obtendo ganhos”, segundo o autor.

Por outro lado, como mostra o gráfico retirado da publicação, em meados de 2014, os 50% mais pobres se apropriavam de cerca de 5,7% de toda a renda do trabalho do país e no primeiro trimestre de 2019 esta fração cai para 3,5%, o que representa uma queda de quase 40%.
Os dados ilustram que modelo econômico adotado no país desde 2015 aumenta fortemente a desigualdade, como diversos economistas críticos têm alertado. Também, esta desigualdade tem aspectos fortes de raça e de gênero que não estão ressaltados no gráfico, sendo as mulheres negras as mais afetadas pela crise no Brasil.

 

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