O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acabou de lançar novos dados sobre a importância da agricultura familiar para a economia e para o nível de ocupação do país. Após ser tratado como prioridade pelos governos petistas, o segmento da agricultura familiar foi esquecido pelos governos de Temer e Bolsonaro, passando a assistir a uma diminuição no orçamento de seus principais programas governamentais.

Os dados do Censo Agropecuário 2017 (IBGE) apontaram que 3.897.408 estabelecimentos foram classificados como de agricultura familiar, o que representa 77% todos os estabelecimentos agropecuários existentes no país. Em 2017, o segmento possuía 10,1 milhões de pessoas ocupadas, correspondente a 67% do total de ocupados do setor agropecuário brasileiro.

Em contraponto a concentração fundiária existente nos grandes estabelecimentos voltados a produção de commodities agrícolas para exportação, os estabelecimentos da agricultura familiar ocupavam 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários – equivalente a 80,9 milhões de hectares.

Segundo o IBGE, os estabelecimentos de agricultura familiar foram responsáveis por 23% do valor da produção nacional, mas o segmento se destacou pelo dinamismo de algumas culturas específicas. No que se refere às culturas permanentes, a segmento foi responsável por 48% do valor da produção de café e banana. Nas culturas temporárias, o segmento da agricultura familiar respondeu por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do abacaxi e 42% da produção do feijão.

Os dados apresentados deixam clara a importância da agricultura familiar na geração de emprego e renda no campo. Ao invés de cruzar os braços para o segmento, o governo Bolsonaro deveria se esforçar para realizar políticas públicas que viabilizem a regularização fundiária, a reforma agrária, a assistência técnica, o crédito produtivo e a expansão dos canais de comercialização.

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